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Polícia faz megaoperação em dez comunidades do Rio onde há disputa entre tráfico e milícia

Agentes se concentram na Zona Oeste da capital

Polícia Militar do Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 15 de julho de 2024 às 07h04.

As polícias Militar e Civil do Rio realizam, nesta segunda-feira, uma megaoperação em dez comunidades na Zona Oeste da capital. Chamada de Ordo — que significa ordem —, a ação acontece na Cidade de Deus, na G ardênia Azul, em Rio das Pedras, no Morro do Banco, na Fontela, na Muzema, na Tijuquinha, no Sítio do Pai João, no Terreirão e na César Maia, nos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio, Itanhangá, Vargem Grande e Vargem Pequena. Não há prazo para término da mobilização.

O governador Cláudio Castro acompanha a ação.

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"Hoje estamos dando um grande passo contra a ação criminosa. Temos visto ao longo do tempo o avanço de instituições criminosas que, infelizmente, tiram a paz da nossa população. Tenho repetido, constantemente, que não há lugar nesse estado onde o poder público não entre. Trabalharemos para a retomada da ordem nessa região que vai do Itanhangá até as Vargens ", afirmou ele.

Segundo ele, um dos objetivos é combater a lavagem de dinheiro da criminalidade:

"Retomaremos os serviços públicos, que infelizmente têm sido utilizado por essa criminalidade na intenção de obtenção de recursos e de lavagem de dinheiro. Combateremos todo o tipo de crime: patrimonial, público, ao meio-ambiente. Estamos trabalhando aqui de forma integrada para que demonstremos a essa criminalidade que muito mais forte que o poderio deles é o poder do estado, é o poder da Justiça e o poder de nossas polícias. Vamos sair daqui hoje e vamos demonstrar a esses que estão transviados da sociedade que muito maior que a vontade deles de ter um julgo patrimonial e territorial são as nossas polícias para livrar o cidadão de bem, para garantir a ordem e garantir o direito de ir e vir".

Avanço do Comando Vermelho

A operação acontece um dia depois de uma reportagem do GLOBO mostrar que, segundo dados compilados do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da UFF e da Polícia Civil, nos últimos dois anos, o Comando Vermelho financiou bandos armados e articulou dezenas de ataques coordenadosque, só na Baixada de Jacarepaguá, na capital fluminense, culminaram na tomada de 19 comunidades em 14 bairros diferentes que antes eram dominadas por paramilitares. O interesse do CV na região não está apenas em implantações de bocas de fumo: os traficantes já passaram a replicar o modelo da milícia, com exploração da venda de gás e pacotes de internet e até do mercado imobiliário, refletindo também uma diversificação dos negócios escusos da facção.

Atualmente, ainda há quatro favelas na Grande Jacarepaguá que são alvos constantes de ataques do grupo criminoso — como Rio das Pedras, o berço da milícia carioca — e outros focos de disputas na Zona Norte, na Baixada Fluminense e em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Um levantamento da inteligência da PM aponta que o CV domina 1.085 localidades em todo o estado — o número é maior do que a soma dos territórios dominados pela milícia e outras facções do tráfico.

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