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Operação da PF mira em aliados de Eunício

Ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin ordenou oito mandados de busca e apreensão em São Paulo, Goiânia e Fortaleza

Polícia Federal: PF deflagrou a Operação Tira-Teima, que investiga pagamentos de vantagens indevidas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Reuters

Publicado em 10 de abril de 2018 às 09h44.

Última atualização em 10 de abril de 2018 às 13h11.

São Paulo - A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal ( STF ), em um inquérito que investiga o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), embora o parlamentar não seja alvo direto desta operação, que mira pessoas relacionadas a ele, disse uma fonte da PF.

Em nota, o presidente do Senado disse não ser alvo da operação, assim como pessoas ou empresas ligadas a ele.

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A operação, batizada de Tira-Teima, baseia-se na delação premiada do ex-diretor da empresa Hypermarcas --atual Hypera Pharma -- Nelson José de Mello, acrescentou a fonte. Eunício é alvo de inquérito no Supremo por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro e é no âmbito desta investigação que se dá a Tira-Teima, acrescentou a fonte.

Segundo nota divulgada pela PF mais cedo, que não dá detalhes sobre os alvos da operação, 40 policiais federais cumprem oito mandados de busca e apreensão em São Paulo, Goiânia e Fortaleza. A nota diz ainda que a Tira-Teima apura um esquema de pagamentos de vantagens indevidos de um grupo empresarial a políticos.

"A finalidade das medidas é buscar documentos e outros elementos de aprofundamento da investigação, considerando a notícia de doações de campanha abalizadas através de contratos fictícios", informou a PF na nota.

Em comunicado no final da manhã, a Procuradoria-Geral da República informou que estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em quatro Estados. Afirmou ainda que as medidas cautelares foram proferidas por Fachin e pelo ministro Dias Tofolli, que são os titulares de dois inquéritos que apuram irregularidades nas quais estariam envolvidos os alvos das duas operações.

"O objetivo das medidas é recolher provas da prática de crimes contra a administração pública como lavagem de dinheiro e associação e organização criminosa", disse o comunicado.

"As buscas, realizadas por agentes da Polícia Federal ocorrem nos Estados de São Paulo, Goiás e Ceará e em Minas Gerais", informou a PGR.

Segundo a PGR, parte dos mandados é decorrente de desdobramentos da Lava Jato. Nesse caso, são oito mandados, sendo dois relacionados a empresas e seis em endereços residenciais. Os demais, referem-se a endereços em Minas Gerais.

"No caso da Lava Jato, a solicitação para as medidas foi enviada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em 21 de março. Como as cautelares e os inquéritos são sigilosos, não serão divulgados os nomes de pessoas físicas e jurídicas envolvidas nas investigações", acrescentou a PGR.

A assessoria de imprensa de Eunício negou que o senador seja alvo da operação.

"O senador Eunício Oliveira, por meio de sua assessoria, informa: Ele não foi alvo da Operação Tira Teima. Tampouco pessoas ou empresas ligadas a ele foram alvo, ou sequer abordadas, na ação realizada na manhã dessa terça-feira", afirma comunicado distribuído pela assessoria do presidente do Senado.

Em nota, a Hypera afirmou que o escritório da empresa em São Paulo era alvo de mandados de busca e apreensão com o objetivo de "colher documentos relacionados à colaboração do ex-diretor de Relações Institucionais da Companhia, Nelson Mello".

"A companhia reitera que não é alvo de nenhum procedimento investigativo, nem se beneficiou de quaisquer atos praticados isoladamente pelo ex-executivo, conforme já relatado ao longo do ano de 2016 em vários comunicados", acrescentou a Hypera no comunicado.

As ações da companhia recuavam 4,8 por cento às 12h58, enquanto o principal índice da bolsa paulista Ibovespa subia 1,07 por cento.

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