PF: no esquema, pacientes com doença de Parkinson atendidos no hospital das clínicas da USP eram induzidos a fazer cirurgias sem necessidade (Sergio Moraes / Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2016 às 10h03.
A Polícia Federal deflagrou hoje (18) a Operação Dopamina para investigar desvio de recursos públicos na compra de equipamentos médicos para pacientes que sofrem de doença de Parkinson.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
No esquema, pacientes atendidos pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP eram induzidos a fazer cirurgias de implantes de equipamentos para estímulos do cérebro, mesmo sem necessidade.
Esses pacientes eram levados a entrar com ações judiciais para a compra desses equipamentos, com pedido de urgência. Assim, uma única empresa fornecedora lucrava com valores superfaturados. Os equipamentos avaliados em R$ 24 mil chegavam a ser vendidos por R$ 115 mil.
Segundo a investigação, as fraudes ocorreram em 200 cirurgias no período de 2009 a 2014, gerando prejuízo aos cofres públicos da ordem de R$ 18 milhões.
O nome da operação refere-se ao neurotransmissor dopamina, cuja deficiência está relacionada à doença de Parkinson.
Os suspeitos podem ser responsabilizados pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção e estelionato contra União, cujas penas podem chegar a até doze anos de prisão.