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Onyx tem minha confiança pessoal, diz Moro após abertura de investigação

Fachin acatou na segunda-feira abertura de investigação contra futuro ministro da Casa Civil e outros parlamentares por trechos de delações da J&F

Onyx: defesa do futuro ministro da Justiça aconteceu nesta terça-feira (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Onyx: defesa do futuro ministro da Justiça aconteceu nesta terça-feira (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 15h21.

Brasília — O ex-juiz federal e futuro ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Sérgio Moro, afirmou nesta terça-feira que o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), indicado para chefiar a Casa Civil no próximo governo, tem a sua "confiança pessoal", ao comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar investigação contra o parlamentar por suspeita de caixa dois.

"Eu já me manifestei. É uma questão atinente ao ministro Onyx, as questões devem ser indagadas a ele, o que eu tenho a presente do ministro Onyx, e isso eu assisti de perto, foi o grande esforço que ele realizou para aprovar as 10 medidas do MP (contra a corrupção), ocasião na qual ele foi abandonado pela grande maioria dos seus pares, por razões que não vem aqui ao caso, mas ele demonstrou naquela oportunidade o comprometimento pessoal, com custo político significativo naquela oportunidade, para a causa anticorrupção", disse Moro a repórteres ao ser questionado sobre a decisão do STF a respeito de Onyx.

"Então ele tem a minha confiança pessoal", acrescentou o ex-magistrado durante rápida entrevista em que anunciou novos nomes para sua equipe no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O ministro Edson Fachin, do STF, acatou na segunda-feira pedido da Procuradoria-Geral da República para abertura de investigação contra Onyx e outros parlamentares por trechos de delações premiadas de executivos do grupo J&F sobre episódios de caixa dois entre 2010 e 2014.

Em sua decisão, divulgada nesta terça-feira, Fachin afirmou que há "necessidade de autuação de casos e autoridades especificados pelo titular da ação penal como feitos autônomos para as necessárias e ulteriores deliberações", e que os procedimentos a serem instaurados devem ser submetidos "à livre distribuição entre os ministros integrante da corte (STF), à míngua de ocorrência de qualquer causa de modificação de competência".

No pedido encaminhado ao STF, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu que investigações contra Onyx e outros nove parlamentares permaneçam na corte e que sejam autuadas como petições autônomas para a continuidade das investigações.

No caso de Onyx, que será ministro da Casa Civil no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, a procuradora-geral pediu que sejam investigados supostos episódios envolvendo caixa 2 nos anos de 2012 e 2014 que constam de planilhas entregue por delatores da JBS, processadora de carne controlada pelo grupo J&F.

Onyx afirmou, em nota oficial, que recebeu com "muita tranquilidade" a decisão de Fachin, afirmando que o procedimento lhe dará "oportunidade de esclarecer, com a verdade e de forma definitiva, perante o Poder Judiciário, as questões relativas ao fato".

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