Odebrecht diz que delegado deu ares de escândalo a bilhete
A empreiteira manifestou indignação com o que chama de "incidente processual que se tentou criar em torno de um bilhete do seu diretor-presidente"
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2015 às 22h44.
São Paulo e Curitiba - A Odebrecht manifestou nesta quarta-feira, 24, sua 'indignação' sobre o que chama de "incidente processual que se tentou criar em torno de um bilhete do seu diretor-presidente, Marcelo Odebrecht ".
Em nota à imprensa, a maior empreiteira do País afirma que o bilhete contém "orientação (de Marcelo Odebrecht) aos advogados" com argumentos para serem usados no habeas corpus em favor do empresário.
O manuscrito de Odebrecht foi encontrado por agentes da Custódia da Polícia Federal na manhã de segunda-feira, 22. Nele, o empreiteiro pede 'destruir e-mail sondas' - para a Polícia Federal, indicativo de 'supressão de provas', no caso uma correspondência eletrônica de 2011 em que é abordado sobrepreço em contrato de afretamento e operação de sondas.
Para a Odebrecht, o delegado da Polícia Federal (Eduardo Mauat, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato), 'infelizmente optou por dar publicidade e ares de escândalo em um bilhete com simples orientações do cliente para seus advogados'. A empreiteira diz que o delegado feriu 'a proteção da relação que a Lei garante a todos os cidadãos brasileiros'.
"A simples leitura do bilhete mostra que não há motivos para este questionamento", contesta a Odebrecht.
"O bilhete foi redigido pelo executivo a partir do despacho judicial que expediu mandado de prisão para diretores da Odebrecht. Trata-se de orientação aos advogados para os diversos tópicos para os esclarecimentos que serão prestados no habeas corpus a ser impetrado. Tanto que o título do bilhete é "Pontos para o HC (de habeas corpus)".
Segundo a nota da empreiteira, "ao tratar do tópico sobre a troca de e-mails entre executivos da Odebrecht, razão alegada para a prisão dos executivos da empresa - medida manifestamente ilegal - o diretor-presidente utiliza a expressão 'destruir e-mail sondas RR', referindo-se a Roberto Ramos, autor de uma das mensagens, então na Braskem e que trabalhava na constituição da Odebrecht Óleo e Gás".
A empresa destaca que "uma seta manuscrita liga a expressão 'destruir e-mails sondas RR' aos argumentos que o diretor-presidente sugere para explicar as discussões contidas na sequência de mensagens".
A Odebrecht é categórica.
"Não há nenhuma sugestão, no bilhete de Marcelo Odebrecht, que sugira que se cometa qualquer ilegalidade. Além de não corresponder à conduta do executivo, nem faria sentido uma sugestão de se 'destruir' (não no conteúdo, como era a intenção, mas literalmente, como interpretou a autoridade policial) e-mails que foram apreendidos em operação realizada em novembro de 2014, que foram amplamente periciados e tornados públicos. Destruir algo que já está em poder da PF e do juiz Sergio Moro não faz o menor sentido. Ou seja, a palavra destruir só pode ter outro significado."
No texto divulgado no início da noite desta quarta-feira, 24, a empreiteira diz que "lamenta que se tenha criado um incidente processual sobre uma expressão tirada obviamente do contexto".
"Os advogados da empresa tentaram, por meio de petição e contatos pessoais, fazer ver a autoridade policial a falta de sentido em se criar suspeitas sobre o tema, mas infelizmente esta optou por dar publicidade e ares de escândalo em um bilhete com simples orientações do cliente para seus advogados - ferindo assim a proteção desta relação que a Lei garante a todos os cidadãos brasileiros."
Veja o bilhete:
São Paulo e Curitiba - A Odebrecht manifestou nesta quarta-feira, 24, sua 'indignação' sobre o que chama de "incidente processual que se tentou criar em torno de um bilhete do seu diretor-presidente, Marcelo Odebrecht ".
Em nota à imprensa, a maior empreiteira do País afirma que o bilhete contém "orientação (de Marcelo Odebrecht) aos advogados" com argumentos para serem usados no habeas corpus em favor do empresário.
O manuscrito de Odebrecht foi encontrado por agentes da Custódia da Polícia Federal na manhã de segunda-feira, 22. Nele, o empreiteiro pede 'destruir e-mail sondas' - para a Polícia Federal, indicativo de 'supressão de provas', no caso uma correspondência eletrônica de 2011 em que é abordado sobrepreço em contrato de afretamento e operação de sondas.
Para a Odebrecht, o delegado da Polícia Federal (Eduardo Mauat, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato), 'infelizmente optou por dar publicidade e ares de escândalo em um bilhete com simples orientações do cliente para seus advogados'. A empreiteira diz que o delegado feriu 'a proteção da relação que a Lei garante a todos os cidadãos brasileiros'.
"A simples leitura do bilhete mostra que não há motivos para este questionamento", contesta a Odebrecht.
"O bilhete foi redigido pelo executivo a partir do despacho judicial que expediu mandado de prisão para diretores da Odebrecht. Trata-se de orientação aos advogados para os diversos tópicos para os esclarecimentos que serão prestados no habeas corpus a ser impetrado. Tanto que o título do bilhete é "Pontos para o HC (de habeas corpus)".
Segundo a nota da empreiteira, "ao tratar do tópico sobre a troca de e-mails entre executivos da Odebrecht, razão alegada para a prisão dos executivos da empresa - medida manifestamente ilegal - o diretor-presidente utiliza a expressão 'destruir e-mail sondas RR', referindo-se a Roberto Ramos, autor de uma das mensagens, então na Braskem e que trabalhava na constituição da Odebrecht Óleo e Gás".
A empresa destaca que "uma seta manuscrita liga a expressão 'destruir e-mails sondas RR' aos argumentos que o diretor-presidente sugere para explicar as discussões contidas na sequência de mensagens".
A Odebrecht é categórica.
"Não há nenhuma sugestão, no bilhete de Marcelo Odebrecht, que sugira que se cometa qualquer ilegalidade. Além de não corresponder à conduta do executivo, nem faria sentido uma sugestão de se 'destruir' (não no conteúdo, como era a intenção, mas literalmente, como interpretou a autoridade policial) e-mails que foram apreendidos em operação realizada em novembro de 2014, que foram amplamente periciados e tornados públicos. Destruir algo que já está em poder da PF e do juiz Sergio Moro não faz o menor sentido. Ou seja, a palavra destruir só pode ter outro significado."
No texto divulgado no início da noite desta quarta-feira, 24, a empreiteira diz que "lamenta que se tenha criado um incidente processual sobre uma expressão tirada obviamente do contexto".
"Os advogados da empresa tentaram, por meio de petição e contatos pessoais, fazer ver a autoridade policial a falta de sentido em se criar suspeitas sobre o tema, mas infelizmente esta optou por dar publicidade e ares de escândalo em um bilhete com simples orientações do cliente para seus advogados - ferindo assim a proteção desta relação que a Lei garante a todos os cidadãos brasileiros."
Veja o bilhete: