Pampulha: o Brasil propôs incluir na lista de patrimônio o conjunto arquitetônico da Pampulha, projetado por Niemeyer na década de 1940 (Embratur/Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2016 às 11h31.
Dos dólmens pré-históricos de Antequera, na Espanha, à arquitetura modernista de Oscar Niemeyer ou Le Corbusier, a Unesco debaterá a partir de domingo, em Istambul, quais sítios naturais e culturais entrarão na lista de patrimônio mundial em 2016.
Após o atentado de junho no aeroporto Ataturk que deixou 45 mortos, as medidas de segurança foram reforçadas para a 40ª sessão do Comitê de Patrimônio Mundial, de 10 a 20 de julho.
O atentado não foi reivindicado e o governo turco atribuiu a ação ao grupo Estado Islâmico, responsável por danos consideráveis a vários tesouros do patrimônio mundial, como as ruínas gregas de Palmira, em uma área da Síria posteriormente libertada pelas tropas de Damasco.
"O que aconteceu na Síria, Iraque, Mali e Afeganistão foi tão chocante que o processo de preparação de listas da Unesco ganhou uma grande importância política", disse à AFP a diretora geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Irina Bokova.
A diplomata búlgara destacou que o interesse pelas questões de patrimônio "aumentou muito nos últimos anos por causa dos conflitos", assim como pelas novas ameaças vinculadas "à mudança climática ou urbanização".
Figurar na lista, que hoje inclui 1.031 locais em 163 países, pode ajudar a facilitar a liberação de ajudas financeiras para a preservação e estimular o turismo.
Este ano, 29 locais almejam entrar na lista e a decisão final será adotada pelo comitê de patrimônio, integrado por 21 países eleitos para um mandato de seis anos.
Na 40ª sessão, o comitê mundial da Unesco também examinará a lista dos sítios considerados "em perigo".
Niemeyer
Entre os locais culturais que devem ser apreciados na reunião está a obra do arquiteto modernista brasileiro Oscar Niemeyer (1907-2012).
O Brasil propôs incluir na lista de patrimônio o conjunto arquitetônico da Pampulha, projetado por Niemeyer na década de 1940 em Belo Horizonte.
As obras do arquiteto franco-suíço Le Corbusier, outro integrante do movimento modernista que surgiu depois da I Guerra Mundial, também foram apresentadas à Unesco.
A candidatura apresentada pela França inclui 17 sítios de sete países (França, Suíça, Bélgica, Alemanha, Argentina, Japão, Índia) para demonstrar a dimensão planetária da obra de Charles-Edouard Jeanneret-Gris, conhecido como Le Corbusier (1887-1965).
Os Estados Unidos apresentaram as obras do arquiteto modernista Frank Lloyd Wright, mas a candidatura não recebeu uma opinião muito estimulante do comitê.
Na lista há ainda vários pontos que remontam à pré-história: os dólmens de Antequera, sul da Espanha, a área das grutas neandertais de Gibraltar, apresentada pela Grã-Bretanha para desgosto dos espanhóis, a reserva de Mistaken Point (Canadá), que inclui fósseis de mais de 560 milhões de anos e os sítios de arte rupestre de Zuojiang Huashan (China), que datam do século V antes de Cristo.