Sergio Moro: condenou o ex-presidente Lula a 9 anos e 6 meses de prisão (go Estrela/PMDB e Adriano Machado/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 13 de julho de 2017 às 06h27.
Última atualização em 13 de julho de 2017 às 08h18.
A quinta-feira deve ser marcada por intensas articulações de petistas e de seus adversários para capitalizar politicamente em cima da decisão do juiz Sergio Moro de condenar o ex-presidente Lula a 9 anos e 6 meses de prisão. A bancada petista no Congresso foi chamada para encontro com Lula nesta quinta-feira em São Paulo, segundo o jornal Folha de S. Paulo. O PT tende a reforçar a narrativa de ontem, segundo a qual o partido não tem plano B para 2018 e Lula é vítima de uma perseguição.
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Para isso, o PT tende a comparar o caso de Lula com o de aliados do planalto, como do ex-ministro Geddel Vieira Lima, posto também ontem em prisão domiciliar; ou ainda citar Rodrigo Rocha Loures, também em prisão domiciliar depois de ter sido flagrado com uma mala de 500.000 reais. Segundo a Folha, advogados do ex-presidente se debruçam sobre a decisão de Moro em busca de brechas jurídicas para contestar a condenação. O partido estuda ir até o Supremo Tribunal Federal para que Lula mantenha os direitos políticos.
Segundo o jornal O Globo, Lula deve fazer um giro pelos nove estados nordestinos em agosto, numa maratona de 20 dias de ônibus. O PT estuda uma articulação com movimentos de esquerda para uma série de manifestações Brasil afora. O problema, nesta frente, foi a apatia vista ontem, quando atos organizados em locais emblemáticos, como a Avenida Paulista, contaram com número pequeno de manifestantes. O partido também se organiza para evitar que o que já está ruim fique pior: a força-tarefa da Lava-Jato afirmou ontem que vai recorrer da sentença de Moro, pedindo que a pena para o ex-presidente seja aumentada.
Para o governo, o dia deve ser de articulações com espírito renovado. Com o PT nos holofotes, o PMDB ganha tempo para negociar com seus aliados os votos para barrar na Câmara as denúncias contra Temer. A condenação de Lula também tende a reduzir o ímpeto de congressistas de oposição que chegaram a ocupar a mesa diretora do Senado para impedir a votação da reforma trabalhista.