Brasil

O caos instalado no Rio

Uma epopeia desastrosa atingiu a administração do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Ontem, uma série de confrontos entre policiais e manifestantes tomou conta do centro da cidade, onde servidores protestavam contra a privatização da Cedae, a companhia de água e esgoto do estado. O mais novo ato está marcado para esta sexta-feira, quando […]

POLICIAIS EM CONFRONTO COM MANIFESTANTES NO RIO: hoje a polícia militar do estado decide se entra em greve / Ricardo Moraes/ Reuters

POLICIAIS EM CONFRONTO COM MANIFESTANTES NO RIO: hoje a polícia militar do estado decide se entra em greve / Ricardo Moraes/ Reuters

DR

Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 05h20.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h45.

Uma epopeia desastrosa atingiu a administração do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Ontem, uma série de confrontos entre policiais e manifestantes tomou conta do centro da cidade, onde servidores protestavam contra a privatização da Cedae, a companhia de água e esgoto do estado.

O mais novo ato está marcado para esta sexta-feira, quando os fluminenses familiares de policiais militares pretendem reencenar o bloqueio aos batalhões que há uma semana instaurou o caos na Segurança Pública no vizinho Espírito Santo. Por lá, um estado que apresentava números decrescentes de violência urbana, há registro de 106 mortos. Para o Rio, que tem o dobro da população e um histórico muito mais arraigado de violência, as perspectivas são as piores possíveis.

Em entrevista publicada ontem por EXAME Hoje, o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, afirmou que um evento semelhante ao enfrentado pelo governo do Espírito Santo teria chances grandes de ocorrer em estados mais endividados. “Estados como o Espírito Santo têm mais campo de negociação, podem ser mais flexíveis. Naqueles que não tem, como o Rio de Janeiro, não há o que fazer”, diz.

Mesmo sem caixa, o governo do Rio tentou. Na quarta-feira 8, Pezão decretou aumento de 10,22% à categoria. A negociação data de 2014 e quase foi adiada pelo pacote anticrise. Pior: os vencimentos estão atrasados e os policiais reclamam de escalas exaustivas e de falta de equipamento básico para exercer o seu trabalho. Para zerar um déficit de 12 bilhões de reais na Previdência, o governador tenta ainda mexer com as aposentadorias da classe.

O Comando da PMERJ bem que tentou. Chegou a emitir uma nota apelando aos policiais para que mantenham as atividades. Diante das incertezas, é melhor prevenir. Restou a Pezão recorrer ao Ministério da Justiça e da Defesa para deixar tropas das Forças Armadas e da Força Nacional de prontidão.

Em outra semelhança cruel com o Espírito Santo, a crise pega o Rio num momento em que a liderança está dedica a resolver sorte de problemas. No estado vizinho, a greve da polícia começou com o governador Paulo Hartung (PMDB) internado para tratamento de saúde. No Rio, Pezão e seu vice, Francisco Dornelles, tiveram a cassação do mandato pedida pela Justiça e estão recorrendo. A crise policial só vem a engrossar o angu fluminense.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Brasil

Eleições 2024: Quando começa a campanha eleitoral?

Barroso defende conciliação sobre marco temporal: 'Melhor que conflito'

Após vetar anúncios políticos, Google vai privilegiar informações do TSE nas buscas sobre eleição

Tabata Amaral anuncia Lúcia França como vice na chapa pela prefeitura de SP

Mais na Exame