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Nunca se fez tanta estripulia quanto agora, diz Moreira sobre PT

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência fez duras críticas às mudanças realizadas nos últimos anos na indústria do petróleo

Moreira Franco: o ministro ressaltou a preocupação do governo com a agenda de reformas no Congresso (Adriano Machado/Reuters)

Moreira Franco: o ministro ressaltou a preocupação do governo com a agenda de reformas no Congresso (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de abril de 2017 às 12h59.

Brasília - Em palestra realizada em Brasília sobre a indústria de óleo e gás, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, alvo de investigações da Operação Lava Jato, fez duras críticas aos governos do PT e às mudanças realizadas nos últimos anos na indústria do petróleo.

Moreira, que é apontado por delatores de ter intermediado repasses milionários para campanhas do PMDB, disse que o setor sofreu forte instabilidade na última década, por causa de erros de políticas e intervenções realizadas pelo governo. "Nunca se fez tanta estripulia quanto se fez nos últimos anos", criticou.

Batizado na lista de recebimento de propinas da Odebrecht como "Angorá", Moreira Franco fez uma palestra na manhã de quarta-feira, 26, no evento "Panorama Atual e futuro da indústria de óleo e gás no Brasil", em Brasília. O ministro nega as irregularidades apontadas pelos delatores.

Moreira Franco deixou o evento logo após a sua apresentação e saiu pelo prédio lateral do evento sem falar com a imprensa. A agenda original do encontro contava com a abertura pelo presidente Michel Temer, além da presença dos ministros Henrique Meireles (Fazenda), Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Sarney Filho (Meio Ambiente), e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira. Nenhum deles, porém, compareceu ao evento.

Em sua apresentação, Moreira Franco ressaltou a preocupação do governo com a agenda de reformas no Congresso, como a Previdência. "A não aprovação transformará o País num Estado do Rio de Janeiro", disse.

"A gravidade da questão previdenciária é de tal monta, que não haverá recursos para que o governo possa cumprir com suas obrigações, como ocorre no Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul."

Moreira Franco, que foi ministro no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, destacou os resultados de leilões de concessões e os números mais recentes da economia para sinalizar que, apesar da lentidão, a situação do País começa a dar sinais de recuperação. Neste ano, estão previstos quatro leilões do setor de óleo e gás.

"Temos que percorrer esse caminho. A expectativa é de que vamos percorrer de maneira adequada. A lentidão do processo de retomada na economia não é novidade."

O ministro disse que o esforço pela aprovação das reformas estruturais do País ocorre "em um momento de nossa história em que o parlamento nunca foi tão desmoralizado como estamos vendo agora".

Moreira destacou, no entanto, que o governo tem conseguido fazer um grande número de aprovações nos últimos 11 meses do Governo Temer, por causa, segundo ele, da proximidade do presidente com o Congresso.

"A recessão está acabada, já ultrapassamos a cabeceira da ponte e temos que fazer a travessia", comentou Moreira Franco. "Temos que ter a inteligência de formular uma estratégia de crescimento que seja sustentável", completou.

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