Brasil

Número de casos suspeitos de coronavírus no Brasil sobe para 488

Brasil segue com apenas dois casos confirmados em São Paulo, informou o Ministério da Saúde

Metrô de São Paulo: Estado ainda registra o maior número de casos do país (Victor Moriyama/Getty Images)

Metrô de São Paulo: Estado ainda registra o maior número de casos do país (Victor Moriyama/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de março de 2020 às 14h59.

Última atualização em 3 de março de 2020 às 17h30.

O número de casos suspeitos de coronavírus no Brasil avançou para 488, informou o Ministério da Saúde nesta terça-feira, notando um crescimento de 55 em relação à véspera.

Ainda são, porém, apenas duas as infecções confirmadas. Além disso, 240 casos que chegaram a ser considerados suspeitos foram descartados.

O Estado de São Paulo continua na liderança do ranking de casos suspeitos, com 130 (além de contar com os dois confirmados), seguido por Rio Grande do Sul (82), Rio de Janeiro (62) e Minas Gerais (58).

Acre, Amapá, Tocantins e Roraima seguem como os únicos Estados que ainda não registraram suspeitas.

Considerando o número "grande" de países com circulação local do vírus, o Ministério da Saúde anunciou também que vai alterar a lista de nações vistas como possíveis origens de casos suspeitos, passando a incluir os Estados Unidos.

Mesmo assim, o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, aproveitou entrevista coletiva nesta terça-feira para minimizar os números estatísticos, afirmando que "nós não vamos ficar contando casos eternamente".

"Nós já temos a convicção de que o vírus está circulando, e a partir de agora cada vez mais nós vamos nos preocupar com a questão da assistência", afirmou Gabbardo.

"A questão estatística agora deixa de ter importância. O que passa a ser mais importante para nós é o cuidado com a prevenção", acrescentou o secretário.

São Paulo

O número de casos suspeitos do novo coronavírus em São Paulo, o Covid-19, passou de 163 para 130, segundo boletim divulgado nesta terça-feira, 3, pela Secretaria de Estado da Saúde. Os dois pacientes infectados pela doença, únicos casos confirmados no País até o momento, passam bem, mas ainda apresentam sintomas e permanecem em isolamento.

Coordenador de Controle de Doenças da pasta, Paulo Menezes informou que, nas últimas 24 horas, quase 60 casos suspeitos da doença foram descartados.

"De ontem para hoje, 56 foram descartados, porque tiveram exames negativos para o coronavírus e tivemos 23 novas notificações. Os casos suspeitos que tínhamos de contactantes com os casos confirmados foram descartados. (Os pacientes infectados) estão evoluindo bem, mas ainda apresentam alguns sintomas que pedem isolamento domiciliar." Segundo Menezes, todos os casos suspeitos são importados.

Os dados foram apresentados após reunião do Centro de Contingência de Coronavírus do governo do Estado de São Paulo.

O secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann, afirmou que 2 mil profissionais da rede já foram capacitados para lidar com a doença e que uma campanha nos veículos de comunicação sobre o Covid-19 vai começar a ser veiculada nesta terça-feira.

Durante a coletiva, o secretário e o coordenador do Centro de Contingência, o infectologista David Uip, defenderam que a Organização Mundial da Saúde (OMS) passe a classificar a situação como uma pandemia.

"Se ele (coronavírus) está nos cinco continentes, é porque é pandêmico. Nesse sentido, de fato, estamos esperando que rapidamente a OMS coloque isso", afirma Germann.

Uip completou: "Eu pleiteio que se torne pandemia. O secretário e o Ministério da Saúde pleiteiam, mas quem determina é a OMS".

Em coletiva nesta segunda-feira, 2, a OMS pediu calma e informou que é possível desacelerar a epidemia. O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, comparou a doença com a influenza comum.

De acordo Menezes, a mudança na classificação faria com que os critérios de avaliação dos casos suspeitos deixasse de ter como base a procedência dos pacientes.

Ele afirmou ainda que, caso o vírus passe a ser transmitido de pessoa a pessoa no Brasil, os critérios também serão atualizados. "Se estiver circulando entre a população, será pela sintomatologia, pela gravidade e não mais pelo critério de procedência de onde o vírus está circulando."

Coronavírus no Brasil

Os dois casos confirmados da doença no País foram registrados em São Paulo: um homem de 61 anos e outro de 32, que, segundo o Ministério da Saúde, estão bem. Eles não apresentaram problemas de saúde ou complicações decorrentes da doença nem foram registrados sinais e sintomas nas pessoas que convivem com eles.

No último levantamento divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo registrava 163 casos suspeitos da doença, dos quais 71 eram na capital. O segundo município com mais casos suspeitos era Campinas, com 11 registros.

No Brasil, o número de casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus aumentou de 252 para 433, segundo o último boletim do Ministério da Saúde, divulgado na tarde desta segunda-feira, 2.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusDoençasMinistério da Saúdesao-paulo

Mais de Brasil

Quem são as vítimas da queda de avião em Gramado?

“Estado tem o sentimento de uma dor que se prolonga”, diz governador do RS após queda de avião

Gramado suspende desfile de "Natal Luz" após acidente aéreo

Lula se solidariza com familiares de vítimas de acidente aéreo em Gramado