São Paulo – Menos de uma semana do impeachment de
Dilma Rousseff (PT), manifestantes foram às ruas em São Paulo e no Rio de Janeiro neste domingo (4) para protestar contra o governo de Michel Temer e pedir eleições diretas. Em ambas as manifestações, cartazes e palavras de ordem pediam a saída do presidente
Michel Temer (PMDB), acusando-o de ter dado um “golpe” em Dilma. Aos gritos de "Fora, Temer", e "Golpistas, não passarão", eles também pediram “
Diretas Já”. Para eles, “o povo é quem tem que decidir”. Em São Paulo,
os manifestantes ocuparam a Avenida Paulista a partir das 15h30, de onde caminharam até o Largo da Batata, na zona oeste da cidade. O protesto começou pacífico, com muitas famílias presentes no local. No entanto, depois que o ato foi encerrado,
a Polícia Militar (PM) começou a disparar bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e muita água nos manifestantes. No total, 16 pessoas foram detidas e indiciadas por associação criminosa e corrupção de menores, de acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP). Segundo nota do órgão, os detidos carregavam máscaras, pedras e objetos utilizados em atos de vandalismo. Dez adolescentes também foram detidos e responderão por ato infracional sobre associação criminosa. O protesto atraiu 100 mil pessoas na capital paulista, conforme número divulgado pelos organizadores. A PM não deu estimativa de participantes. Já no Rio de Janeiro,
o ato começou por volta das 10h na frente do Hotel Copacabana Palace, em Copacabana, e foi até o Canecão, casa de shows localizada na zona sul. Segundo os organizadores, o protesto reuniu entre 7 mil e 10 mil pessoas. A PM não estimou o número de manifestantes. No protesto do Rio, um carro do jornal O Estado de São Paulo foi danificado em Copacabana. Um manifestante chutou as duas portas do carro, do lado do motorista e mala do carro. Foi feito um registro por dano ao patrimônio na 12ª Delegacia de Polícia, de acordo com informações publicadas pela Agência Brasil. A PM não fez outros registros de violência até o fim do ato.
Novos protestos Duas novas manifestações foram marcadas para a próximas quarta-feira (7), por volta de 14h na Praça da Sé, e na quinta-feira (8) às 17h, no Largo da Batata, na zona oeste, em São Paulo. Os manifestantes pretendem caminhar até a casa de Michel Temer, no Alto de Pinheiros, também na zona oeste.