Marina: ela insinuou que Dilma mente ao dizer que desconhecia os casos de corrupção recentes (Sergio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2014 às 15h41.
Brasília - No último dia de programa eleitoral obrigatório, a presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, apostou no discurso de que um novo governo seu terá "ideias novas", enquanto Marina Silva (PSB) fez um duro ataque a petista, dizendo que ela "come pela mão do marqueteiro".
"Se os brasileiros e brasileiras me derem a confiança de um novo mandato, meu compromisso mais profundo se expressa em uma frase: 'governo novo, ideias novas'", disse a presidente no programa exibido nesta quinta-feira.
"'Governo novo com ideias novas' é manter e ampliar todas as conquistas, corrigir o que for necessário e ter capacidade para fazer o que ainda não foi feito", explicou.
Dilma já havia ensaiado parte desse discurso no início de setembro, quando questionada sobre a permanência do ministro da Fazenda, Guido Mantega, respondeu que se reeleita teria uma equipe nova.
Em outro trecho do programa, a presidente conversa com seu antecessor e mais importante cabo eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a importância do pré-sal.
Ambos criticam adversários por não conferirem a devida prioridade ao tema, na opinião deles.
Dilma ainda alfineta os rivais em outra cena da gravação exibida nesta quinta, afirmando que não apresentaram propostas concretas para um eventual governo, se eleitos.
"Muitos candidatos repetem que são a mudança, mas não dizem exatamente que mudanças irão fazer... O que eles dizem de mais concreto é que vão continuar o que estamos fazendo", afirmou.
A propaganda na TV trouxe um resumo das propostas apresentadas pela candidata até o momento, incluindo medidas sugeridas para combater a corrupção, um dos pontos mais explorados por seus adversários em meio a denúncias de suposto esquema de propina em contratos da Petrobras.
"Continuar o que está sendo feito será muito mais fácil para mim. Fazer o novo também."
AO ATAQUE
Já a candidata do PSB ao Planalto, Marina Silva, usou seu programa para exaltar a origem humilde, sua história de superação e aproveitou ainda para desferir um dos mais contundentes e diretos ataques à presidente Dilma desde o início da campanha na televisão.
Marina insinuou que Dilma mente ao dizer que desconhecia os casos de corrupção recentes, além de questionar a habilidade e experiência política de sua principal adversária.
"Aprendi respeito à diversidade na prática. Não foi em teoria... Quem não foi nem vereadora e vira presidente do Brasil não entende isso. Come pela boca do marqueteiro, come pela boca do assessor", afirmou a candidata do PSB, em trecho do programa gravado em ato político do PSB com partidos aliados.
"Não me venha chamar de mentirosa. Mentira é quem diz que não sabe que tinha roubo na Petrobras. Mentira é quem diz que não sabe o que está acontecendo na corrupção deste país". As suspeitas de corrupção na Petrobras voltaram à tona com o vazamento de depoimentos em que um ex-diretor da estatal aponta irregularidades e o envolvimento de políticos e partidos governistas.
HORA DA VIRADA
O programa de Aécio Neves (PSDB), terceiro colocado nas pesquisas, apostou na virada obtida pelo seu vice, o senador também tucano Aloysio Nunes, na campanha ao Senado em 2010, para reforçar a ideia de que dá para a chapa do partido ainda pode passar Marina e chegar ao segundo turno. "
Quando eu fui candidato ao Senado, em 2010, na última semana da campanha eu passei do terceiro para o primeiro lugar. E ganhei a eleição de São Paulo em uma virada sensacional", afirmou Nunes.
"Pois chegou a hora da virada nessa eleição. A maioria não suporta mais nem Dilma nem o PT."
"Aécio é a opção segura de um presidente preparado, com autoridade, com equipe para por a casa em ordem e fazer o governo funcionar", disse o vice da chapa do PSDB.