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João Santana, marqueteiro do PT, entra na mira da PF

A PF apura se duas empresas do marqueteiro trouxeram 16 milhões de dólares de Angola em um esquema de lavagem de dinheiro para beneficiar o PT.

João Santana, marqueteiro do PT, em vídeo que se defende de investigação da PF (Reprodução/Vimeo)

João Santana, marqueteiro do PT, em vídeo que se defende de investigação da PF (Reprodução/Vimeo)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 3 de maio de 2015 às 11h23.

São Paulo - O jornalista João Santana, que foi responsável pelas últimas três campanhas presidenciais do Partido dos Trabalhadores (PT), está sendo investigado pela Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo deste domingo. Santana nega. 

A PF apura se duas empresas do marqueteiro trouxeram 16 milhões de dólares (ou o equivalente na época a 33 milhões de reais) de Angola em um esquema de lavagem de dinheiro com vistas a beneficiar o PT.

A suspeita é de que os valores teriam sido repassados a Santana por empreiteiras brasileiras que têm operações no país africano como uma forma de quitar débitos do partido, de acordo com a publicação.

Segundo o jornal, o inquérito foi aberto após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) considerar atípica a movimentação financeira das empresas de Santana. Apesar de legal, a operação não é comum por causa da elevada carga tributária e da burocracia. Ao jornal, Santana afirmou que pagou o equivalente a 20% dos valores em impostos.

Em nota, a Pólis Consultoria, empresa de João Santana, afirma que foi contratada para realizar a campanha presidencial de Angola do então candidato do partido MPLA, José Eduardo Santos. O contrato, firmado em 2012, foi fechado no valor de 20 milhões de dólares, pagos em duas parcelas.

Os valores teriam sido, então, transferidos para conta que a agência tem no Banco Bradesco, em Salvador. Segundo a nota, os valores foram transferidos em setembro e liberados apenas em novembro.

Segundo a empresa, a transferência não tem relação com a campanha do PT na cidade de São Paulo. De acordo com a nota, Santana cobrou 30 milhões de reais para coordenar a campanha de Fernando Haddad (PT).

A campanha do petista, contudo, teria fechado a corrida eleitoral pela capital paulista com uma dívida de 21 milhões de reais com a empresa do marqueteiro. A dívida foi, então, repassada para o diretório nacional do PT, que a dividiu em 20 parcelas de 1 milhão de reais.

Responsável pelas campanhas de Lula, em 2006, e de Dilma em 2010 e 2014, Santana também coordenou campanhas de políticos na Argentina, República Dominicana, Venezuela, Panamá e El Salvador. 

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