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Dilma Rousseff vai enfrentar Aécio Neves no 2º turno

Com arrancada nos últimos dias antes do primeiro turno, Aécio Neves superou Marina Silva e vai disputar o segundo turno com a presidente Dilma Rousseff


	Dilma Rousseff e Aécio Neves vão se enfretar no 2º turno
 (REUTERS/Ricardo Moraes)

Dilma Rousseff e Aécio Neves vão se enfretar no 2º turno (REUTERS/Ricardo Moraes)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2014 às 21h50.

São Paulo - A campanha eleitoral para o 1º turno terminou com mais uma reviravolta: quem vai enfrentar Dilma Rousseff no segundo turno é Aécio Neves (PSDB) e não Marina Silva (PSB), como apontavam as pesquisas de intenção de voto até a semana passada. 

Com quase 96% das urnas apuradas, a presidente Dilma Rousseff tem 41,22% dos votos válidos, Aécio Neves tem 34% e Marina Silva, 21,21% - sem chances de alcançar o tucano.

A virada de Aécio ocorreu nos últimos dias antes da votação. Na pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira, Marina ainda ocupava o 2º lugar com 28% das intenções de voto, 6 pontos a frente do tucano, que tinha 22%. 

Divulgada apenas dois dias depois, a pesquisa de sábado já apontava a recuperação de Aécio. Nela, o tucano apareceu com 27% dos votos, enquanto Marina caiu para 24%.

Esta reviravolta pode ser atribuída à forte campanha negativa que o PT lançou contra Marina SilvaLogo que Marina começou a crescer nas pesquisas e a realmente ameaçar a reeleição de Dilma, todos os eforços do partido se voltaram a derrubar a popularidade da adversária. 

"A Dilma e o PT centraram um fogo pesadíssimo contra Marina. Muita gente reclamou dizendo que essa forma de fazer política, o terrorismo, já havia sido muito criticada pelo próprio PT, já que o Lula sofreu muito com isso", diz o cientista social Rodrigo Augusto Prando.

Agora, para o 2º turno, a campanha deve voltar ao que havia sido planejado desde o início: polarizar Dilma e Aécio usando os velhos argumentos da briga entre PT e PSDB.

Dilma Rousseff

Dilma Rousseff, 66, e Aécio Neves, 54, têm duas coisas em comum: nasceram em Belo Horizonte e são formados em economia.

A petista nasceu em 14 de dezembro de 1947. Durante a ditadura, integrou organizações como a VAR-Palmares, que defendia a luta armada contra o regime militar. No fim da ditadura, morando no Rio Grande do Sul, ajudou a fundar o PDT. Nos anos 80, foi secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre. Na década seguinte, foi secretária de Minas e Energia do governo gaúcho. Filiou-se ao PT em 2001. No governo Lula, foi ministra de Minas e Energia e ministra-chefe da Casa Civil.

Disputou sua primeira eleição em 2010 e já como candidata a presidente. Foi ao segundo turno contra José Serra (PSDB) e, com 55,7 milhões de votos, tornou-se a primeira mulher eleita presidente na história do país.

Tomou posse em 1º de janeiro de 2011 e sempre esteve na dianteira das pesquisas durante o mandato. A tendência de realização de segundo turno surgiu em julho passado, no início oficial da campanha. A presidente passou o ano enfrentando denúncias relacionadas à Petrobras, como o caso do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

No governo da presidente Dilma o PIB do país teve um crescimento de 2% por ano entre 2011 e 2013, a média mais baixa desde o governo Collor. Nos dois primeiros trimestres de 2014, os resultados do indicador foram negativos. A inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 6,51%, ligeiramente acima da meta do governo.

Aécio Neves

Nascido em 10 de março de 1960, Aécio é neto de Tancredo Neves, vencedor da eleição indireta para presidente, em 1985. Tancredo não chegou a tomar posse, pois adoeceu e faleceu.

Em 1986, Aécio elegeu-se deputado federal pelo PMDB. No PSDB, foi reeleito em 1990, 1994 e 1998. Presidiu a Câmara entre 2001 e 2002, ano em que venceu a disputa eleitoral pelo governo de Minas Gerais. Foi reeleito em 2006 e em 2010 tornou-se senador.

Depois da morte de Eduardo Campos, em 13 de agosto, Marina Silva cresceu nas pesquisas e ameaçou o candidato tucano, que escolheu Minas Gerais, sua principal base eleitoral, para buscar votos na véspera das eleições. O tucano afirmou sua intenção de acalmar o mercado financeiro e reduzir a inflação para um patamar inferior à atual meta de 4,5%.

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