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A última esperança do 2º brasileiro condenado na Indonésia

A família do brasileiro tenta interna-lo num hospital psiquiátrico. Pela lei Indonésia, uma pessoa não pode ser executada se tiver problemas mentais.

Homem algemado (Getty Images)

Homem algemado (Getty Images)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 19 de janeiro de 2015 às 10h03.

São Paulo – O brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas, tem ainda uma última esperança de continuar vivo: a família de Gularte e o Itamaraty trabalham para conseguir interná-lo num hospital psiquiátrico.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, um laudo médico mostrou que Gularte sofre de esquizofrenia. Pela lei da Indonésia, uma pessoa não pode ser executada se tiver problemas mentais.

Ainda segundo a Folha, o brasileiro se recusa a ser internado, por acreditar que está são. Se de fato houver a internação, as autoridades indonésias precisariam analisar os documentos médicos antes de decidir sobre o caso. 

Gularte foi detido em 2004 ao tentar entrar no país carregando 6 kg de cocaína em pranchas de surfe. No último dia 9 de janeiro, o presidente indonésio Joko Widodo rejeitou pedido de clemência feito pelo paranaense. Com isso, ele pode ser morto já em fevereiro. 

O surfista foi preso pouco depois que Marco Archer Cardoso Moreira, também condenado à morte no país asiático por tráfico. Moreira foi fuzilado na madrugada de domingo (no horário de Jacarta, capital da Indonésia).

O fato de haver outro brasileiro no corredor da morte naquele país deve frear as medidas do governo brasileiro em resposta à morte de Moreira.

De acordo com o jornal O Globo, diplomatas do Itamaraty não acreditam no rompimento das relações bilaterais entre os dois países. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que não serão poupados esforços para ajudar o segundo brasileiro.

Porém, o ministro afirma que a execução de Moreira criou uma “animosidade” nas relações. A presidente Dilma Rousseff entrou em contato por telefone com o presidente indonésio, mas não conseguiu uma resposta positiva à clemência.

A Indonésia tem uma das legislações mais duras do mundo contra o tráfico de drogas. O argumento é que o crime prejudica as novas gerações do país.

No final do ano passado, o presidente Widodo assumiu o cargo com um duro discurso contra o tráfico de drogas. Ele anunciou que negaria todos os pedidos de clemência feitos por traficantes condenados à morte no país. A pena capital tem grande aceitação da população local.

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