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Nomeação de Eduardo será o maior tomá-lá-dá-cá da República, diz senador

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o governo entrou em um leilão para conseguir a aprovação do filho do presidente para o cargo diplomático

Randolfe Rodrigues: "A reforma da Previdência deve ser razoavelmente mais fácil de aprovar no Senado " (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Randolfe Rodrigues: "A reforma da Previdência deve ser razoavelmente mais fácil de aprovar no Senado " (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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André Jankavski

Publicado em 3 de setembro de 2019 às 07h00.

Última atualização em 3 de setembro de 2019 às 07h00.

São Paulo – Para ter o seu filho como embaixador, o presidente Jair Bolsonaro fará o maior toma-lá-dá-cá da história da República. Essa é a opinião do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) sobre a possibilidade do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se tornar o principal homem da diplomacia brasileira nos Estados Unidos.

Para Rodrigues, o governo colocou a discussão em leilão. Um ponto que indica isso é a demora para nomear conselheiros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que vai completar dois meses paralisado nesse mês por falta de quórum.

Diversos congressistas e empresários ligados à autarquia federal antitruste apontam que a demora para a indicação de novos nomes está intimamente ligada à indicação de Eduardo para o posto nos Estados Unidos.

"Envolver cargos técnicos, como esses do Cade, é absurdo e descabido. Pior ainda se tudo isso for em troca da nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro", diz o senador da Rede.

Confira, a seguir, a sua entrevista:

Como o senhor analisa a demora para a nomeação dos conselheiros do Cade?

Eu vejo como estranho e desnecessário esse atraso todo na indicação dos conselheiros do Cade. Isso emperra medidas na economia e muitas outras coisas. E a primeira responsabilidade de destravar isso é do governo, que demora para enviar os nomes para o Senado.

Por que, na sua opinião, há tanta demora nessa questão?

Nessa questão específica, aparentemente o presidente não quer tomar essa decisão. Não dá para saber se está fazendo isso graças à negociação política ou se está simplesmente negligenciando. Mas essa paralisia do governo só atrapalha. Decisões econômicas superimportantes estão ficando paralisadas por causa disso.

Há ligação entre esse tema e a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro como embaixador do Brasil nos Estados Unidos?

Eu acredito que o governo já colocou essa questão em leilão. Esse é o meu sentimento. O governo também deixou de ter governabilidade. Está claro que a nomeação do Eduardo Bolsonaro à embaixada começou a ser tratada como prioridade para o Brasil. Então, qualquer decisão que o governo precise passar pelo Senado parece que o velho sistema de "toma-lá-dá-cá" começa a ser colocado em prática novamente.

Faz sentido gastar capital político com essa questão?

Envolver cargos técnicos, como esses do Cade, é absurdo e descabido. Pior ainda se tudo isso for em troca da nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro. Eu sei que o governo Bolsonaro vai negociar de tudo e com todos para fazer o possível para ter a nomeação do filho do presidente. A nomeação do Eduardo Bolsonaro vai ser o maior "toma-lá-dá-cá" da história da República. E essa demora já está atrapalhando a nomeação desses nomes.

Além do Cade e do nome de Eduardo Bolsonaro para a embaixada, outras votações importantes também acontecerão no Senado, como a reforma da Previdência. Como está a relação do governo com os senadores para passar essas matérias?

A reforma da Previdência deve ser razoavelmente mais fácil de aprovar. Mas, para a nomeação do Eduardo Bolsonaro, eu acredito que o governo não tenha os votos suficientes.

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