Ao vivo: CPI da Covid ouve paciente e ex-médico da Prevent; acompanhe
Operadora de saúde teria indicado sistematicamente o uso de medicamentos sem eficácia para a covid-19 e ocultado mortes de pacientes em um estudo para testar e validar os remédios
Alessandra Azevedo
Publicado em 7 de outubro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 7 de outubro de 2021 às 10h43.
Nesta quinta-feira, 7, último dia de depoimentos, a CPI da Covid terminará de ouvir pessoas envolvidas no caso Prevent Senior . Serão recebidos Tadeu Frederico Andrade, um beneficiário do plano de saúde que teria recebido o “kit covid”, e Walter Correa de Souza Neto, médico que trabalhou na operadora durante a pandemia de covid-19.
- Entenda como as decisões do Planalto, da Câmara e do Senado afetam seus investimentos.Assine a EXAME
Acompanhe ao vivo
De acordo com o requerimento de convite, médicos da operadora receitaram o “kit covid” a Tadeu Frederico Andrade quando ele foi diagnosticado com covid-19, em dezembro de 2020. O paciente tomou a medicação, mas teve piora no quadro clínico e precisou ser internado na UTI.
Tadeu contou que, depois de um mês na unidade intensiva, a equipe da Prevent queria tirá-lo da internação e colocá-lo sob cuidados paliativos para economizar custos. A família dele não aceitou a mudança. Recuperado, ele denunciou a Prevent Senior à CPI e ao Ministério Público de São Paulo.
Segundo dossiê elaborado por médicos que travalhavam na Prevent Senior, a empresa teria indicado sistematicamente o uso de medicamentos sem eficácia para a covid-19, como hidroxicloroquina e azitromicina, e ocultado mortes de pacientes em um estudo para testar e validar os remédios.
O plano de saúde teria feito experimentos com pacientes sem a autorização das famílias. Ainda de acordo com o dossiê, o protocolo de uso do “kit covid” teria sido conversado com integrantes do gabinete paralelo do governo Jair Bolsonaro, como forma de comprovar a tese de que os medicamentos eram eficientes contra a covid-19.
À CPI, o diretor da empresa, Pedro Benedito Batista Júnior, disse que os médicos não eram obrigados a prescrever o “kit covid” e negou ter ocultado óbitos. Mas confirmou que a rede alterava o diagnóstico de covid em pacientes depois de duas ou três semanas de internação, a depender do caso.