Brasil

No Twitter, Janot questiona "convescotes" de Temer e Cármen

O encontro de sábado com a presidente do STF foi marcado por Temer na quinta-feira, 8, durante seminário de 25 anos da AGU

Janot: o ministro passou a usar as redes sociais quando deixou a chefia do MPF (José Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

Janot: o ministro passou a usar as redes sociais quando deixou a chefia do MPF (José Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de março de 2018 às 15h54.

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot questionou em seu Twitter os motivos que levaram a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, e o presidente Michel Temer (MDB) a se reunirem, neste sábado, 10, na residência da ministra.

"Causa perplexidade que assuntos republicanos de tamanha importância sejam tratados em convescotes matutinos ou vespertinos", escreveu o ex-chefe do Ministério Público Federal.

O encontro de sábado foi marcado por Temer na quinta-feira, 8, durante seminário de 25 anos da Advocacia-Geral da União. Cármen o recebeu em sua casa para discutir segurança pública, especificamente a intervenção federal no Rio e o caos nos presídios brasileiros.

A reunião foi mais uma oportunidade para Temer apresentar uma defesa contra a inclusão de seu nome no inquérito que apura suspeitas de repasses de propinas da Odebrecht para campanhas eleitorais do MDB em troca de favorecimento à empresa.

Autor das duas denúncias contra o emedebista ao Supremo Tribunal Federal no âmbito da Operação Patmos - uma envolvendo suposta obstrução de Justiça e outra referente ao "Quadrilhão do MDB" em que Temer é acusado como líder de organização criminosa -, Janot passou a usar as redes sociais quando deixou a chefia do Ministério Público Federal.

Delações

Janot também não poupou sua sucessora na Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge, e, também no sábado, 11, criticou o lapso de seis meses sem novos acordos de delações. "Vai ser assim?".

Somente entre 2015 e 2017, sob a condução de Janot, o Ministério Público Federal firmou 159 acordos de delação. Entre elas, a da Odebrecht, que englobou 77 executivos e ficou conhecida como "delação do fim do mundo", e a da JBS, alvo de críticas e rescindida meses depois por supostas omissões de crimes pelos colaboradores.

O ex-diretor-geral da PF, Fernando Segovia, também foi duramente criticado por Janot, desde a sua posse, quando questionou a "materialidade" da mala dos R$ 500 mil da JBS ao ex-assessor do presidente Michel Temer como prova em investigação. Àquela época, Janot reagiu, também no limite dos 140 toques de seu Twitter. "Só pode ser brincadeira".

Outro lado

A reportagem fez contato com a assessoria do presidente Michel Temer mas ainda não obteve resposta.

A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, não vai se manifestar.

Acompanhe tudo sobre:Cármen LúciaGoverno TemerMichel TemerRodrigo JanotSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Queda no desemprego em 2024 é consistente, diz coordenadora do IBGE

Processo de extradição de Oswaldo Eustáquio avança na Espanha

Rodovias concedidas em São Paulo devem receber 3,8 milhões de veículos

Prefeito sanciona lei com nova carga horária para professores e mudança no estatuto do funcionalismo