No Twitter, Bolsonaro se solidariza com Danilo Gentili após condenação
Publicação do presidente foi feita um dia depois de o apresentador ter sido condenado por injúria contra a deputada Maria do Rosário
Tamires Vitorio
Publicado em 11 de abril de 2019 às 11h33.
Última atualização em 12 de abril de 2019 às 12h23.
São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa, nesta quinta-feira (11), do comediante Danilo Gentili , após ele ter sido condenado por injúria contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).
No Twitter, o presidente disse que Gentili deveria poder exercer seu direito de expressão. "Compreendo que são piadas e faz parte do jogo, algo que infelizmente vale para uns e não para outros", escreveu Bolsonaro.
Logo depois, o próprio apresentador respondeu a publicação, também via Twitter, e disse se sentir "honrado" pela posição do presidente.
"Fico aliviado por entender que esse post significa um registro do compromisso do governo com a liberdade de expressão", tuitou.
A condenação de Gentili, que saiu nesta quarta-feira (10), tem como alvo um tuíte que o apresentador fez em 2016 sobre Rosário. As postagens foram consideradas nocivasà imagem, à honra, à reputação e à segurança pessoal da parlamentar.
Comediante, Gentili é um apoiador ferrenho do presidente nas redes sociais e ambos já tiveram rusgas com a parlamentar petista.
Em 2014, à época deputado federal pelo Estado do Rio de Janeiro, Bolsonaro declarou em entrevista que a parlamentar “não merecia ser estuprada” por ser “muito feia”. Devido a sua fala, opresidente foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) a pagar uma multa de R$10 mil para a deputada.
Alvo de críticas
Minutos após a publicação de Bolsonaro, se solidarizando com o apresentador, usuários, dentre eles alguns famosos, criticaram a postura do Presidente da República.
A maior parte dos comentários cita o fato de ele não ter feito nenhum pronunciamento envolvendo a morte do músico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, no último domingo, no Rio de Janeiro.
Na ocasião, o carro em que estava Edvaldo e sua família foi alvejado por militares do Exército que dispararam 80 vezes contra o veículo.
Mesmo com a repercussão do caso, o presidente apenas determinou ao ministro da Defesa que o fato fosse apurado. “O presidente falou: apure o que tem que ser apurado”, disse Azevedo e Silva ao afirmar que disparar 80 tiros não é normal.