Brasil

No Rio, PM ocupa favela da Rocinha pelo quarto dia seguido

A PM vasculha a parte alta da comunidade e a região de Mata Atlântica, para onde a quadrilha de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, teria se refugiado

Rocinha: a maior favela do Rio possui mais de 150 mil moradores (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Rocinha: a maior favela do Rio possui mais de 150 mil moradores (Fernando Frazão/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 21 de setembro de 2017 às 15h23.

O Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar realiza, pelo quarto dia consecutivo, mais uma operação contra o tráfico de drogas na favela da Rocinha, na Gávea, zona sul do Rio.

Os militares estão vasculhando a parte alta da comunidade e a região de Mata Atlântica, para onde a quadrilha de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, teria se refugiado.

A guerra pelo controle dos pontos de venda de drogas na Rocinha, a maior favela do Rio, com mais de 150 mil moradores, teve início no final de semana, quando Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, determinou de dentro da Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, através de pessoas que o visitam, a retomada dos pontos de drogas na comunidade.

Com isso, dezenas de homens fortemente armados invadiram a Rocinha na madrugada de sábado para domingo (17), em confronto entre as duas quadrilhas, quando três pessoas ligadas ao tráfico foram mortas e três moradores acabaram feridos por balas perdidas.

O Disque-Denúncia está oferecendo uma recompensa de R$ 30 mil, a quem der informações que levem à prisão de Rogério 157. O telefone do serviço é (21) 2253-1177. O anonimato é garantido.

A Secretaria municipal de Educação informou que hoje quatro escolas municipais estão com as aulas suspensas. Elas atendem a 1.915 crianças.

Esclarecimento da PM

Sobre os últimos confrontos entre facções rivais de criminosos na comunidade da Rocinha, o Comando Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro informou, em nota, que a Coordenadoria de Inteligência da corporação tinha informações sobre a possibilidade de confrontos armados na Rocinha e que monitora inquietações entre grupos rivais em outras comunidades do estado.

De acordo com a PM, dificilmente os dados coletados revelam com precisão datas e horários de possíveis invasões.

"Seria tecnicamente inviável montar uma estratégia de policiamento preventivo, com o emprego de centenas de homens, para evitar invasões numa região metropolitana que contabiliza mais de mil comunidades conflagradas", diz o comunicado.

No domingo de manhã, a PM reforçou o contingente de policiais na Rocinha para intervir na guerra que se iniciava entre criminosos e estabilizar o terreno, seguindo "protocolo técnico de atuação que nos orienta a priorizar a preservação de vidas e que o reforço de policiamento na Rocinha será mantido por tempo indeterminado".

Sobre os vídeos mostrando a fuga e circulação de criminosos, a Polícia Militar informou que as imagens estão sendo analisadas pelo setor de inteligência da corporação.

As imagens ratificam a tese defendida pelo Comando da PM de que "a sociedade brasileira precisa rever sua estratégia de repressão ao tráfico internacional de armas, como também discutir profundamente uma mudança no código de processo penal".

"É inadmissível interpretarmos com naturalidade a cena de criminosos portando fuzis com alto poder de destruição. Em qualquer país civilizado, esses criminosos seriam enquadrados como terroristas", diz o comunicado.

Acompanhe tudo sobre:FavelasPolícia MilitarRio de JaneiroTráfico de drogasViolência urbana

Mais de Brasil

Pode ir de chinelo e bermuda para o Enem 2024? Entenda as regras do MEC

Comerciantes do Brás afetados por incêndio em shopping terão linha de crédito de R$100 milhões

Como emitir nova Carteira de Identidade no Amapá: passo a passo para agendar online

Como o Enem 2024 é feito — e como ele chega até os candidatos?