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Nilton Cerqueira silencia diante da Comissão da Verdade

O general reformado informou apenas que não tinha "nada a declarar"

O general reformado, Nilton de Albuquerque Cerqueira, depõe durante mutirão de depoimentos de agentes da repressão, convocados pela CNV (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2014 às 14h59.

Rio - O general reformado Nilton de Albuquerque Cerqueira reuniu-se por 15 minutos com a Comissão Nacional da Verdade (CNV), nesta terça-feira, 29, e informou apenas que não tinha "nada a declarar".

Os integrantes da CNV fizeram dez perguntas a ele, repassando toda sua participação política durante a ditadura militar e informando fatos que estavam em relatórios assinados pelo próprio oficial. Mesmo assim, Cerqueira se manteve calado.

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O ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, integrante da CNV, ainda argumentou ser "preciso rever atos históricos para reescrever a história" e que Cerqueira tinha possibilidade de apresentar sua versão.

De acordo com a advogada criminalista Rosa Maria Cardoso da Cunha, que também faz parte da CNV, o general reformado praticamente só falou em duas ocasiões: na primeira, pediu que a imprensa se retirasse "porque a mídia distorce os fatos", e, em outro momento, afirmou achar um absurdo a investigação de fatos "30 anos depois".

Cerqueira também disse que, em razão do primeiro depoimento prestado à CNV, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF). Rosa explicou, no entanto, que a ação do MPF é anterior ao depoimento.

Também com depoimento marcado para esta terça-feira, o ex-sargento paraquedista Jacy Ochsendorf e Souza chegou à sede da CNV às 10h30 acompanhado dos advogados Rodrigo Roca e Carlos Marca.

Ele e o irmão Juradyr são acusados de participação em mortes no DOI-Codi do Rio (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna) e na "Casa da Morte", em Petrópolis, na Região Serrana do Estado do Rio. Jurandyr também é esperado para depor.

Os irmãos são acusados de envolvimento na morte do ex-deputado Rubens Paiva, preso e morto nas dependências do DOI, no prédio do Batalhão de Polícia do Exército da Tijuca (zona norte carioca), segundo o MPF e a CNV.

Os irmãos Ochsendorf são apontados pelo MPF como autores dos crimes de fraude processual, associação criminosa armada e ocultação de cadáver.

Jacy também ficou somente 15 minutos diante da CNV. Na saída do acusado, um policial federal que faz a segurança do Arquivo Nacional impediu que a imprensa fizesse imagens do ex-sargento.

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