São Paulo – Nem metade das pessoas que compareceram ao protesto de ontem na Avenida Paulista, em São Paulo, acredita que a presidente Dilma Rousseff (PT) pode acabar afastada do cargo.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda, apenas 44% dos manifestantes afirmam que o impeachment da petista pode, de fato, acontecer. Tanto que apenas 13% admitiram que saíram às ruas para reivindicar que a presidente saia do cargo. Mesmo assim, 77% dos entrevistados apoiam a ideia.
A indignação com a corrupção, por outro lado, seria o motivo mais citado pelos manifestantes para os protestos – 33% dos entrevistados estavam lá por essa razão.
Como no protesto passado, 96% dos entrevistados pelo Datafolha consideram o governo Dilma como ruim ou péssimo e 77% fazem uma avaliação semelhante do desempenho do Congresso Nacional.
Perfil
Além do número menor com relação ao protesto do dia 15 de março, as manifestações de ontem também congregaram mais pessoas com idade acima dos 51 anos. Ao todo, 41% dos presentes estavam nesta faixa etária – o dobro do registrado no protesto do mês passado.
Para efeito de comparação, no protesto do dia 17 de junho de 2013, apenas 4% dos manifestantes tinham acima de 51 anos.
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1. Lindsey Brown, 30 anos, relações públicas
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1/13 (Priscila Yazbek/ EXAME.com)
A americana Lindsey Brown estava almoçando pela região da Avenida Paulista e resolveu acompanhar o protesto. Ela mora em Nova York e está passeando pelo Brasil. Questionada sobre o motivo da manifestação, ela respondeu: "As pessoas estão aqui para protestar sobre algo relacionado à economia e também contra a presidente, certo?".
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2. Márcia Faria, 45 anos, aeronauta
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“Estou aqui para protestar contra o governo corrupto do PT, que acabou com tudo de bom que existia neste país”, diz a aeronauta Márcia Faria. Ela afirma ser favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Eu sei que o Michel Temer assumiria e que o PMDB é vendido, mas dos males, esse é o menor.”
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3. Roberto Amatuzzi, coordenador do movimento Acorda Brasil
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O movimento Acorda Brasil, segundo Roberto Amatuzzi, é formado por dissidentes de outros movimentos contra o governo. "Nosso diferencial é que somos mais propositivos. Nós pedimos uma reforma política que tem três pontos principais: o voto distrital, o fim da votação obrigatória e mudanças nas regras de financiamento de campanha", diz. Ele também é a favor da saída de Dilma Rousseff, mas prefere que a presidente peça a renúncia para que não seja necessária a realização do processo de impeachment.
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4. Cristiane Nicolau, 26 anos, advogada
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A advogada e integrante do movimento XV de Março diz que sua principal motivação para o protesto é a saída dos partidos que integram o Foro de São Paulo, organização fundada por Luiz Inácio Lula da Silva e Fidel Castro em 1990, que reúne governantes de países esquerdistas da América Latina. "O PT e os outros partidos que integram o Foro de São Paulo devem sair porque nenhum partido político deve ser submisso à atividade internacional", diz Cristiane. A advogada também defende a liberdade econômica e o impeachment ou a renúncia da presidente Dilma Rousseff.
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5. Gilda Dutra, 55 anos, empresária
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Muito alegre de participar do protesto, a empresária Gilda Dutra diz que a manifestação é uma forma de dar um basta no governo. Ela defende um eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Eu sei que se ela sair outra pessoa assumiria e viria uma cadeia de pessoas, mas essa é uma luta que traria mudanças”, afirma.
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6. Paulo Cruz, 39 anos, professor
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Questionado sobre o que o trouxe ao protesto, o professor Paulo Cruz é enfático: “Estou aqui para pedir a saída de Dilma. Sei que o Michel Temer assumiria e só se ele for impedido teríamos outras eleições, mas certamente essa é uma via melhor”, afirma.
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7. Gabrielli Ruggi, 63 anos, empresário
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No carro de som do Movimento Brasil Livre, o empresário Gabrielli Ruggi afirma que não votou em Dilma Rousseff nas eleições passadas. Ele diz que é a favor do impeachment, apesar de ressaltar que não o agrada a possibilidade de o vice-presidente Michel Temer assumir a presidência. “Eu sei que não muda nada. Para mim, o certo seria ter um terceiro turno.”
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8. Toninho Billask, 48 anos, ator e líder comunitário
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O líder do movimento Centro de Apoio Social e Assistencial (C.A.S.A.), que atua no bairro de Itaquera, em São Paulo, protesta pelo impeachment de Dilma Rousseff. “A saída da Dilma seria uma evolução para a comunidade. O que as pessoas na periferia mais querem é isso. O adjetivo da Dilma na periferia é decepção”.
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9. David Faiguenboim, 37 anos, empresário e Diego Faguenboim, 7 anos
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“Eu estou aqui porque quero um país melhor para meu filho, livre do PT e diferente da Venezuela”, diz o empresário David Faiguenboim. Ele diz ser a favor da saída de Dilma Rousseff do governo, sobretudo por considerar que a presidente é "mentirosa". “Eu quero um país sem a doutrinação criada pelo PT, que dividiu a sociedade entre ricos e pobres”, afirma.
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10. Fabio Sandoval, 72 anos, advogado aposentado
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Mesmo com alguma dificuldade para caminhar de sua casa à Avenida Paulista, o advogado já aposentado Fabio Sandoval fez questão de participar da manifestação porque acredita que os brasileiros devem mostrar que estão insatisfeitos com a situação do país. Ele não apoia um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Pra vir outra porcaria? Pior do que está não fica, mas acho que ela deve respeitar as vontades do povo e deve dar um basta na corrupção”, diz.
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11. Mirtila Seta, 75 anos, aposentada
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Com um cartaz em mãos, a aposentada Mirtila Seta diz que participa da manifestação por ter vergonha do Brasil. “Eu vivi na ditadura e foi mil vezes melhor. Não tinha ladrão. Eu quero a intervenção militar. Eu não queria o Temer, mas eu gostaria que o PT acabasse e a gente começasse do zero”, afirma.
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12. Emerson Portugal, 38 anos, caseiro
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O caseiro Emerson Portugal protesta contra a corrupção e pede a deposição da presidente Dilma Rousseff. "A Dilma fala que só tem colarinho branco na manifestação, mas eu sou pobre e estou aqui. Eu moro no Embu das Artes, a 30 quilômetros da maior capital do país, e não tem internet na minha casa pra minha filha estudar", diz.
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13. Veja a repercussão dos protestos no exterior
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13/13 (Agência Brasil/Tomaz Silva)