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'Não tomei vacina', diz Bolsonaro após ter casa revistada em operação da PF

Bolsonaro foi intimado a prestar depoimento ainda nesta quarta-feira no âmbito da operação Venire da PF que investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação

Bolsonaro: PF investiga suposta falsificação no cartão de vacinação. (Jair Bolsonaro/ Facebook/Reprodução)

Publicado em 3 de maio de 2023 às 10h16.

Última atualização em 3 de maio de 2023 às 10h52.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, na manhã desta quarta-feira, 3, que não tomou vacina contra a covid-19 e que estava "surpreso" com a operação da Polícia Federal (PF) que investiga suposta falsificação do cartão de vacinação. Ele teve a casa revistada pelos policiais federais em cumprimento a um mandado de busca e apreensão.

"O objetivo de busca foi o cartão de vacina. Eu não tomei vacina. Foi uma decisão minha depois de ler a bula da Pfizer. O cartão da minha esposa também foi fotografado. Ela tomou nos Estados Unidos, da Janssen. Minha filha Laura também não tomou. Eu fico surpreso [com a investigação]. Não tenho mais nada o que falar", disse o ex-presidente em frente a sua residência em Brasília, logo depois de saída da PF do local.

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Em postagem nas redes sociais, a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, endossou a declaração do ex-presidente. "Ficamos sabendo, pela imprensa que o motivo seria 'falsificação de cartão de vacina' do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU [sic] fui vacinada", disse ela.

Bolsonaro foi intimado a prestar depoimento ainda nesta quarta-feira no âmbito da operação Venire da Polícia Federal que investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Segundo o jornal O Globo, a previsão é que o depoimento do ex-presidente aconteça na tarde de hoje.

O advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno, disse que vai recorrer dessa intimação. Nos bastidores a orientação é para que Bolsonaro fique em silêncio.

Ao longo da manhã desta quarta, agentes da PF realizam buscas na casa de Bolsonaro em um condomínio residencial de Brasília. Otenente-coronel Mauro Cid Barbosa , ajudante de ordens durante o governo de Jair Bolsonaro, foi preso.

O que é a operação Venire da Polícia Federal?

A operação, autorizada pelo ministroAlexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, faz parte doinquérito das "milícias digitais" que tramitam no Congresso. Batizada Venire, a ofensiva cumpre mais cinco mandados de prisão preventiva e vasculha 16 endereços em Brasília e no Rio de Janeiro.

Segundo a PF, as inserções falsas sob suspeita se deram, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, e "tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários".

A corporação indica que, com a alteração, foi possível a emissão de certificados de vacinação com seu respectivo uso para burla de restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia.

"A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19", indica a PF.

A ofensiva aberta nesta quarta mira supostos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

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