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Não há necessidade de novo 'lockdown' na capital paulista, diz Bruno Covas

Prefeito de São Paulo anunciou nesta quinta-feira, 19, que vai manter somente aulas presenciais no ensino médio da cidade

Rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo. (Eduardo Frazão/Exame)

Rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo. (Eduardo Frazão/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de novembro de 2020 às 12h24.

Última atualização em 19 de novembro de 2020 às 12h25.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição que disputa o segundo turno do pleito com o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, convocou entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 19, para rebater as informações de que a capital poderia decretar novo "lockdown" após as eleições, em razão do aumento de casos da covid-19. "Não há dados que indiquem necessidade de 'lockdown', isso é fake news. A pandemia continua um desafio a ser enfrentado na cidade, mas a situação está sob controle na cidade", disse o tucano.

Covas confirmou que houve uma subida no número de registro de casos de coronavírus na cidade, mas até o momento há controle da situação e o município vem adotando as medidas de controle. Apesar de refutar a necessidade de um novo "lockdown" na cidade, o prefeito disse que a sua gestão não irá ampliar a flexibilização de atividades na cidade, sobretudo na área da educação. Isso significa que as escolas públicas e particulares não terão novas autorizações de funcionamento presencial.

As escolas poderão continuar a dar aulas presenciais para o ensino médio, como está autorizado desde o dia 3. Para educação infantil e fundamental, será mantida a exigência de apenas oferecer atividades extracurriculares. Continuam também autorizados apenas 20% dos alunos por dia nas escolas.

A avaliação na prefeitura foi de que era importante não dar um passo a frente para não retroceder depois. Havia a expectativa de que os ensinos fundamental e infantil pudessem passar também a dar aulas presenciais. Segundo levantamento feito pelo Estadão nas escolas particulares de elite da capital, a maioria teve no máximo dois casos de covid entre os alunos ou entre os professores desde que foram abertas, há pouco mais de um mês.

Nesta semana, no entanto, um surto na escola americana Graded, revelado pelo Estadão, assustou pais e diretores. Seis alunos testaram positivo para covid-19 e 17 professores estavam com sintomas depois de centenas de adolescentes participarem de festas em bairros nobres da capital.

A Prefeitura autorizou que as escolas voltassem a funcionar na capital em 7 de outubro. Na rede municipal, em dezembro, será feita a avaliação diagnóstica dos alunos do ensino fundamental para verificar a aprendizagem da crianças.

David Uip

Membro do Centro de Contingência contra o Coronavírus do governo de São Paulo, o infectologista David Uip atribui a festas e eventos o novo aumento de casos da covid-19 no Estado. Em entrevista ao Estadão, ele destacou que sobretudo os jovens reagiram de forma errada à reabertura, agindo como se a pandemia tivesse acabado. "Academias, salões de beleza, restaurantes estão protocolados. Vejo as pessoas seguindo as normas de segurança nesses locais. Não está aí o problema. Também não está nas escolas. O problema está nas festas, nas aglomerações, nos encontros de múltiplas pessoas sem qualquer cuidado."

O infectologista - que também atua nos hospitais Sírio-Libanês e Nove de Julho - ressaltou ainda que, com a experiência dos últimos meses, os médicos aprenderam melhores condutas para lidar com os pacientes graves e destaca que, diante da ameaça de um novo pico da pandemia, os hospitais não devem desmobilizar os leitos para covid-19.

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