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Não há como tirar R$ 3 bilhões para financiar campanha, diz Maia

O parlamentar ressaltou, porém, que acha difícil que pessoas físicas e jurídicas queiram doar recursos de forma efetiva para as eleições do ano que vem

Rodrigo Maia: "é compreensível que a sociedade não aceite financiamento público de campanha", disse o deputado (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Rodrigo Maia: "é compreensível que a sociedade não aceite financiamento público de campanha", disse o deputado (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de agosto de 2017 às 14h28.

São Paulo - O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira, 21, que com a atual situação fiscal do Brasil e a necessidade de se cortar gastos públicos, será difícil tirar R$ 3 bilhões dos cofres do governo para financiar a campanha eleitoral de 2018. O parlamentar ressaltou, porém, que acha difícil que pessoas físicas e jurídicas queiram doar recursos de forma efetiva para as eleições do ano que vem.

Maia disse que a eleição de 2018 "certamente" não terá o custo de R$ 7 bilhões do pleito de 2014. Para ele, os gastos devem ficar em torno de um terço deste valor. "A maioria dos políticos entenderá que vivemos uma outra realidade na política e na democracia brasileira." Mesmo assim, será preciso financiar R$ 2,5 bilhões, ressaltou.

"Não consigo encontrar condições, pelas discussões que tive com a equipe econômica nas últimas semanas sobre a situação fiscal do Brasil, de organizar R$ 3 bilhões para financiar a campanha", disse ele, defendendo a necessidade de haver também financiamento privado na corrida eleitoral.

"É compreensível que a sociedade não aceite financiamento público de campanha", disse o presidente da Câmara em discurso durante o Fórum Estadão que discute a reforma política. Para o parlamentar, o fundo eleitoral é melhor do que o fundo partidário para o financiamento de campanhas. Mas ele ressaltou que os dois terão dificuldade de conseguir orçamento para a eleição de 2018.

No final de seu discurso, Maia ressaltou que o Congresso não vai conseguir fazer toda a reforma política agora e o debate sobre o tema vai seguir no País. "Ninguém aguenta mais o gigantismo do Estado, que só tira recursos da sociedade". "É um Estado ineficiente que serve apenas para realimentar a vontade de poucos."

Ao falar do trabalho da Câmara, Maia observou que muito tem sido feito e ressaltou que as "pessoas esquecem, mas aprovamos fim da reeleição em 2015" e também a questão do voto impresso. "Hoje o sistema é seguro mas ele não permite recontagem de voto."

Distrital misto

Maia destacou no seu discurso no Fórum Estadão a dificuldade de se desenvolver o tema sobre financiamento de campanha no Congresso. Segundo ele, o texto aprovado sobre o financiamento vai na linha do Distrital misto.

"Pedi ao relator que deixasse o distrital misto para 2022", disse o presidente da Câmara. O parlamentar ressaltou que voto distrital permite que o Congresso tenha relação mais próxima com a sociedade. "O distritão, se fosse para sempre, precisaria de cláusula de desempenho de 5%", disse ele, fazendo a defesa do voto distrital misto.

"Pode ser uma grande vitória termos em 2022 um sistema distrital misto", disse Maia. O sistema político atual no Brasil está falido, avaliou o parlamentar. Maia ressaltou, porém, que, "felizmente", as instituições no Brasil funcionam. "Não é como na Venezuela", disse.

Na avaliação de Maia, a lista preordenada seria uma possibilidade para se financiar campanhas no Brasil. Quando se monta uma chapa para disputar uma campanha no País hoje, disse o deputado, não há nenhuma fidelidade.

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