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'Não é hora para ser gradual', diz FGV sobre decisão do Copom

Incerteza no cenário econômico pede aumento de 0,5 ponto percentual, segundo economista do Ibre

Dados ainda incertos sobre o comportamento da economia provocaram discórdia na reunião do Copom, que decidiu o aumento Selic por cinco votos contra dois (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2011 às 21h26.

São Paulo - Depois de anunciar a nova taxa básica de juros, o Banco Central (BC) emitiu comentário dizendo que os ajustes monetários serão feitos "por um período suficientemente prolongado". Na opinião de Sílvia Matos, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), este comunicado sugere que os aumentos da Selic serão graduais. Entretanto, ela alerta "gradualismo agora não é uma boa medida."

Segundo a economista, um aumento de 0,5 ponto percentual, que levaria a taxa de juros a 12,25% ao ano, seria mais eficiente por duas razões. Em primeiro lugar, ainda não se pode afirmar com certeza que o ritmo da economia do país tenha abrandado, o que levaria à uma trégua nas pressões inflacionárias.

Sílvia explica que a taxa de desemprego ainda está em queda. "Estamos observando uma redução contínua desde dezembro. Isto mostra que a economia não está desacelerando tão forte. Além disso, o indicador mensal do PIB também não mostra desaquecimento."

O segundo motivo apontado por Sílvia é que um aumento de 0,5 ponto percentual na Selic ajudaria a melhorar as expectativas de inflação do mercado, "tirando o ruído" que predomina entre os analistas. Na última segunda-feira (18), o boletim Focus do BC mostrou que as projeções aumentaram novamente. A estimativa apontada no boletim prevê que a inflação oficial chegue a 6,29%. Este comportamento, segundo a média do mercado, sugeria uma postura mais incisiva do banco.

A incerteza quanto aos sinais dados pelos indicadores econômicos causou discórdia na reunião do Copom. Dois membros do comitê votaram por um aumento de 0,5 ponto percentual, enquanto outros cinco votaram pelo aumento de 0,25.

Câmbio

O presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef), Keyler Rocha, está com a maioria do Copom, e diz que o aumento de 0,25 ponto percentual foi "bem colocado". "Embora a inflação continue acima do limite, a inflação já dá sinais de que vai declinar. As medidas macroprudenciais do Banco Central já começaram a fazer efeito."

Além disso, para Rocha, um aumento mais vigoroso atrairia mais moeda estrangeira para o país, de olho na rentabilidade que uma Selic de 12,25% ao ano poderia proporcionar. "Viriam muitos dólares, e não precisamos disso. Já estamos com o real muito valorizado."

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São Paulo - Depois de anunciar a nova taxa básica de juros, o Banco Central (BC) emitiu comentário dizendo que os ajustes monetários serão feitos "por um período suficientemente prolongado". Na opinião de Sílvia Matos, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), este comunicado sugere que os aumentos da Selic serão graduais. Entretanto, ela alerta "gradualismo agora não é uma boa medida."

Segundo a economista, um aumento de 0,5 ponto percentual, que levaria a taxa de juros a 12,25% ao ano, seria mais eficiente por duas razões. Em primeiro lugar, ainda não se pode afirmar com certeza que o ritmo da economia do país tenha abrandado, o que levaria à uma trégua nas pressões inflacionárias.

Sílvia explica que a taxa de desemprego ainda está em queda. "Estamos observando uma redução contínua desde dezembro. Isto mostra que a economia não está desacelerando tão forte. Além disso, o indicador mensal do PIB também não mostra desaquecimento."

O segundo motivo apontado por Sílvia é que um aumento de 0,5 ponto percentual na Selic ajudaria a melhorar as expectativas de inflação do mercado, "tirando o ruído" que predomina entre os analistas. Na última segunda-feira (18), o boletim Focus do BC mostrou que as projeções aumentaram novamente. A estimativa apontada no boletim prevê que a inflação oficial chegue a 6,29%. Este comportamento, segundo a média do mercado, sugeria uma postura mais incisiva do banco.

A incerteza quanto aos sinais dados pelos indicadores econômicos causou discórdia na reunião do Copom. Dois membros do comitê votaram por um aumento de 0,5 ponto percentual, enquanto outros cinco votaram pelo aumento de 0,25.

Câmbio

O presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef), Keyler Rocha, está com a maioria do Copom, e diz que o aumento de 0,25 ponto percentual foi "bem colocado". "Embora a inflação continue acima do limite, a inflação já dá sinais de que vai declinar. As medidas macroprudenciais do Banco Central já começaram a fazer efeito."

Além disso, para Rocha, um aumento mais vigoroso atrairia mais moeda estrangeira para o país, de olho na rentabilidade que uma Selic de 12,25% ao ano poderia proporcionar. "Viriam muitos dólares, e não precisamos disso. Já estamos com o real muito valorizado."

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