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Não é fake news: Bloco de carnaval celebra tortura na ditadura

Página Direita São Paulo do Facebook criou um evento anunciando bloco Porão do Dops no Carnaval

Brilhante Ustra: coronel torturador é homenageado por bloco de carnaval em SP (Wilson Dias/Agência Brasil)

Brilhante Ustra: coronel torturador é homenageado por bloco de carnaval em SP (Wilson Dias/Agência Brasil)

Luiza Calegari

Luiza Calegari

Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 10h58.

Última atualização em 10 de janeiro de 2018 às 12h21.

São Paulo - Um bloco de carnaval chamado "Porão do Dops" está sendo anunciado por meio de um evento no Facebook, organizado pelo movimento Direita São Paulo, na capital paulista.

A iniciativa está causando reações de revolta, porque os porões do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) foram locais onde militares torturaram opositores ao regime durante a ditadura.

A foto de divulgação do evento é do coronel Brilhante Ustra, o primeiro militar que participou do regime a ser oficialmente reconhecido como torturador.

Até a manhã desta quarta-feira (10), o evento tinha cerca de 1.000 interessados. A página Direita São Paulo publicou um post dizendo que "todos esses ataques e mensagens de ódio deixados contra o nosso Bloco de Carnaval não surtirá [sic] efeito sobre nós [...] não percam tempo tentando nos intimidar ou fazer com que voltemos atrás... Vocês vão fracassar miseravelmente".

No evento, o grupo promete que haverá "cerveja, opressão, carne, opressão e machinhas opressoras", e que o bloco sairá da Água Branca, um bairro na zona oeste de São Paulo.

O grupo "Direita São Paulo" é o mesmo que fez um protesto contra imigrantes na avenida Paulista, em maio do ano passado, que terminou em confronto com a polícia e com integrantes de movimentos pró-imigração. Além disso, são os responsáveis pela minguada manifestação a favor de Donald Trump, antes de sua eleição à presidência dos Estados Unidos.

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