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Na pandemia, estudantes mantêm abraço de 'boa sorte' no 1º dia de Fuvest

No primeiro dia de provas da Fuvest, candidatos usam máscaras e tentam distanciamento, mas aglomerações foram registradas na hora do fechamento dos portões

Máscara e distanciamento: estudantes participam da 1.ª fase do vestibular da Fuvest, principal forma de acesso à USP, em meio à pandemia do novo coronavírus (DANIEL TEIXEIRA/Estadão Conteúdo)

Máscara e distanciamento: estudantes participam da 1.ª fase do vestibular da Fuvest, principal forma de acesso à USP, em meio à pandemia do novo coronavírus (DANIEL TEIXEIRA/Estadão Conteúdo)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 10 de janeiro de 2021 às 16h31.

Última atualização em 10 de janeiro de 2021 às 17h27.

A primeira fase do vestibular Fuvest 2021, realizada neste domingo, 10, é marcada por diversas tentativas de evitar a disseminação do novo coronavírus. Por causa da pandemia, a Fundação para o Vestibular promoveu uma série de medidas, dentro e fora dos locais de exame, modificando a dinâmica da prova para ingresso na Universidade de São Paulo (USP).

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Cerca de 130 mil estudantes estão inscritos para o maior vestibular do País. Mesmo assim, cenas de aproximação e famosos 'abraços de boa sorte' foram registrados no campus Memorial da Uninove, localizado na Barra Funda, local que concentra o maior número de candidatos inscritos, com mais de 3,5 mil vestibulandos.

Não foram registradas cenas de “formigueiro” como nos anos anteriores. O uso obrigatório de máscara foi respeitado. Mas houve aglomerações principalmente no portão principal. A movimentação maior ocorreu no momento em que os portões foram abertos, às 12h, meia hora mais cedo do que no ano passado com o objetivo justamente de favorecer o distanciamento físico dos alunos até o início da prova, às 13h..

Alguns fizeram o trajeto direto do carro para a sala de prova. Foi o caso de Ignácio Bramatti, candidato a uma vaga no curso de Filosofia. Morador de Perdizes, zona oeste, o estudante de 17 anos decidiu ir com os pais e chegar ao meio-dia, exatamente na abertura dos portões da Faculdade Oswaldo Cruz, na Barra Funda, indo direto para a sala. Preferiu esperar lá dentro.

Para fugir da aglomeração, Diego Rafael Leite, que está tentando uma vaga em Medicina, chegou cedo ao local da prova, mas decidiu ficar no carro. Ele entrou por volta das 12h30, sem atropelos. “Achei melhor ficar aguardando até o movimento diminuir”, conta.

A pandemia modificou a preparação dos alunos no dia da prova. Com uma mochila carregada com álcool em gel, álcool líquido e uma garrafa de água de 1,5 litro, o candidato Diego Baesso, de 34 anos, confessa que estava mais preocupado com o risco de contaminação. “Eu me preocupo com meus pais, que já têm mais de 60 anos. Além da preocupação com o conteúdo da prova, temos a questão emocional de procurar prevenção diante de tanta gente”, diz o vestibulando de Medicina.

Proteção redobrada no interior

A proteção foi redobrada em duas das três cidades no interior paulista que irão regredir nesta segunda-feira, 11, da fase amarela para a laranja, mais restritiva, pelo Plano São Paulo de Flexibilização. Cerca de 1.000 candidatos participam neste domingo, 10, do vestibular da Fuvest em Marília e pouco mais de 3 mil vestibulandos se dividem em quatro locais destinados para a prova da Fuvest em Sorocaba.

Em Marília, jovens começaram a chegar no campus do Univem (Centro Universitário Eurípides Soares da Rocha) por volta das 10h. A maioria manteve distanciamento e usou máscara nos momentos que antecederam a abertura dos portões, às 12h.

Ana Beatriz Mendes Castanha é de Londrina (PR) e vai prestar a prova de Medicina. Ela chegou ao campus por volta das 9h40, acompanhada pelo pai, Valtair Castanha. Os dois providenciaram suas acomodações na calçada, em rua paralela ao local das provas. “A gente sempre faz isso, onde ela vai fazer as provas”, relatou o pai.

A vestibulanda destacou que está muito tranquila em relação às provas e à pandemia. “Além de todas as medidas que foram adotadas para que pudéssemos fazer as provas com segurança, eu também trouxe máscaras extras, para trocar ao longo do dia e alguns sachês de álcool em gel”, apontou.

A mesma medida foi adotada por Michele Emie Francisco Toda, moradora de Santo Antônio da Platina (PR) vestibulanda de medicina que chegou em Marília por volta das 10h, acompanhada dos pais, Elisson Koiti Toda e Renata Aparecida dos Santos Toda.

Exibindo uma caixa de máscaras, Michele disse que se preocupa com a pandemia e por isso está adotando os cuidados necessários. “Trouxe uma caixa de máscaras e lenços umedecidos com álcool, para fazer a limpeza das mãos”, apontou.

Boa parte dos vestibulandos de Sorocaba vieram de outras cidades da região. Acompanhado dos pais Reinaldo e Angelina, João Lucas B. Rodriges dos Santos, de 18 anos, veio de São Roque (40 km), para tentar uma vaga no curso de Ciências Biológicas na USP. “É um sonho, venho me preparando desde o Ensino Médio”, disse ele, confiante num bom desempenho na prova.

O curso de Engenharia da Biotecnologia na USP é o sonho de Artur Afonso Melaré, também de 18 anos, que mora em Porto Feliz. Esta já é a quarta vez que ele faz o vestibular e diz que aproveitou a pandemia para estudar bastante esperando um bom desempenho na prova.

Mesmo morando em Sorocaba, Aline Cristovão Cardoso, de 18 anos, chegou cedo. Esta é a segunda vez que faz o Fuvest, tentando uma vaga no curso de Psicologia da USP. “Venho me preparando desde o ano passado e espero alcançar a nota suficiente”, disse.

Estrutura de segurança contra a covid

A Fuvest adotou medidas específicas para evitar a contaminação nas salas de aula, mudando a dinâmica da prova. Para atender ao distanciamento necessário e ter apenas 40% de ocupação nas salas a Fuvest teve 148 locais de prova neste ano. No ano passado, foram 88.

Outra mudança importante para diminuir o risco de contaminação é que os candidatos não poderão comer dentro da sala de aplicação de prova. Se quiser comer, deverá pedir permissão ao fiscal e se alimentar em um local demarcado pela coordenação da escola. No entanto, o tempo que o candidato gastar com sua alimentação não será reposto no tempo total da prova.

O processo seletivo da Fuvest é aplicado em duas fases. A primeira fase, neste domingo, é constituída de 90 questões, sendo algumas interdisciplinares, sobre as disciplinas de Biologia, Física, Geografia, História, Inglês, Matemática, Português e Química. Os candidatos terão 5 horas para responder. No dia 21 de fevereiro será realizada a prova de Português e redação, já na segunda fase. E, no dia 22 de fevereiro, a prova das disciplinas específicas de acordo com a carreira escolhida.

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