Brasil

19ª Parada Gay de São Paulo cobra respeito e igualdade

Evento reúne pessoas de diversos perfis e idades nas ruas da região central da capital

Parada Gay 2015 toma a Avenida Paulista (Nara de Lima/SPTuris.)

Parada Gay 2015 toma a Avenida Paulista (Nara de Lima/SPTuris.)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2015 às 14h06.

Antes mesmo da saída dos trios elétricos, a Avenida Paulista já estava tomada na manhã de hoje (7) pelo público da 19ª Parada do Orgulho LGBT - lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Sob o tema Eu Nasci Assim, Eu Cresci Assim, Vou Ser Sempre Assim: Respeitem-Me!, o evento reúne pessoas de diversos perfis e idades nas ruas da região central da capital.

Carregando faixas e fotos, o grupo Mães pela Diversidade desfilou pela avenida para pedir respeito. “Estamos lutando por direitos, igualdade e respeito”, disse Sônia Martins, que veio de Brasília para participar da parada. Segundo ela, o apoio dos pais e mães é especialmente importante nesse momento em que o discurso conservador sobre a família tenta retirar direitos dos homossexuais e transsexuais. “O papel das mães, fundamentalmente, neste momento em que se discute a família, é mostrar que os LGBTs têm família. Têm pai, mãe e uma família que os ama. Família não é isso que eles querem colocar”, destacou a mãe que caminhava levando a foto da filha, Alexandra.

A visibilidade é, na opinião do músico Leandro Vilela, o que faz com que o evento seja tão relevante para a comunidade LGBT. “Ao longo destes anos eu via a parada crescendo e é indiscutível a visibilidade que ela traz”, disse o rapaz, participa da parada desde 2003. Ele lembrou, entretanto, a necessidade de que isso seja incorporado como valores pela sociedade.“Visibilidade não só no dia da Parada Gay, como no resto do ano. Seja na novela, seja no comercial de perfume ou em qualquer outra frente, para que a gente seja visto no dia a dia como iguais. A gente não que mais, nem menos, só ser igual”, defendeu.

Além dos militantes e jovens em clima de festa, também passeavam pela Avenida Paulista famílias e casais como o bancário Clóvis e a aposentada Gilda Marques. “[Vim dar] uma olhadinha”, explicou o bancário. “Cada um vive do jeito que quer. É tão importante a gente se amar. Por isso, eu venho curtir e apoiar”, completou Gilda.

Mais cedo, na coletiva de imprensa que abre o evento, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, destacou o papel do Poder Público para garantir os direitos dessa população. “O Poder Público tem que ir além da tolerância. Tem que defender a tolerância, combater a intolerância, mas tem que ter um componente social de resgate da cidadania também”, disse.

Em meio a cobranças de movimentos sociais que também participaram da entrevista, Haddad prometeu ouvir mais os militantes e dar mais transparência aos recursos investidos na parada. “Quanto mais transparência melhor, nesse tipo de coisa. A gente pode fazer inclusive uma conversa aberta com toda a comunidade LGBT, em vez de fazer uma decisão de gabinete”, disse sobre o modelo a ser adotado para organizar a próxima edição do evento.

Cobrado pelos ativistas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, garantiu que estão sendo feitas as investigações sobre as agressões à travesti Verônica Bolina. “Toda a apuração está sendo acompanhada pela presidente do Conselho LGBT e pela representante da Secretaria da Justiça”, afirmou.

Em abril, fotos publicadas nas redes sociais mostraram Verônica desfigurada após uma ação para contê-la no 2º Distrito Policial (DP) de São Paulo. Presa em flagrante, acusada de tentar matar uma vizinha idosa, a travesti disse que sofreu diversas agressões enquanto estava sob custódia.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que a Polícia Civil deve concluir em breve a sindicância que apuras o ocorrido. “A sindicância ouviu todas as pessoas envolvidas, já fez dois laudos. A pedido da própria Verônica, está fazendo um terceiro laudo em relação às suas agressões. Ouviu todas as testemunhas que a Verônica solicitou, inclusive, as pessoas que a atenderam no hospital”, ressaltou.

Editor Juliana Andrade

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