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Murilo Portugal assume a Febraban e quer integrar bancos e setor produtivo

Novo gestor da federação já sinalizou que redução dos juros seria benéfica no futuro

Murilo Portugal, novo presidente da Febraban, era diretor-geral adjunto do FMI (Divulgação/FMI)

Murilo Portugal, novo presidente da Febraban, era diretor-geral adjunto do FMI (Divulgação/FMI)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 17h41.

Brasília – O economista Murilo Portugal assume a presidência da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) a partir da terceira semana de março – deixando o terceiro mais importante posto ocupado por um brasileiro na hierarquia do Fundo Monetário Internacional (FMI), o de diretor-geral adjunto – com planos de ampliar a integração dos bancos com o setor produtivo.

No último dia 19, a Febraban anunciou a escolha de Portugal para ocupar a presidência executiva da entidade, em substituição a Fábio Barbosa, cujo mandato termina daqui a dois meses.

Portugal – que também já foi secretário do Tesouro Nacional no governo Fernando Henrique Cardoso e secretário executivo do ex-ministro da Fazenda do governo Lula, Antônio Palocci – quer ampliar a integração da área bancária com o segmento produtivo, dentro do esforço do país de alcançar um maior desenvolvimento econômico e social.

Por telefone, em entrevista à Agência Brasil, da sede do FMI em Washington, nos Estados Unidos, o economista destacou três papéis do sistema bancário que podem contribuir nesse processo: o que garante o pagamento de obrigações de todos os agentes econômicos com precisão; o que protege e faz crescer a poupança de milhões de brasileiros e o que financia pessoas que têm projetos para executar, mas lhes faltam recursos.

A redução das taxas de juros no futuro é vista como positiva para o setor bancário, segundo ele, uma vez que contribuirá para elevar o número de tomadores de crédito, assim como a inclusão de novas parcelas de brasileiros que tiveram aumento de renda, mas não têm conta bancária.

O processo de seleção do substituto de Murilo Portugal no FMI foi iniciado ontem (21). O cargo não deverá ficar com outro brasileiro já que a terceira função de comando do fundo sempre fica com um país emergente. O cargo de diretor-geral é reservado sempre para um dos países europeus e o segundo posto é ocupado por um representante dos Estados Unidos. Portugal não quis dar opinião sobre esse processo de escolha.

O Brasil estará representado no FMI por Nogueira Batista Júnior, em diretoria que já foi ocupada por Murilo Portugal e, antes dele, por Alexandre Kafka, que morreu em 2007, tendo se aposentado em 1998, depois de representar o Brasil no FMI por 32 anos. Portugal deixou a Secretaria do Tesouro Nacional em dezembro de 1996 para assumir a diretoria executiva do Banco Mundial (Bird) e acumulou a função com a de diretor executivo do FMI até maio 2005.

De 2005 a 2006, Portugal foi secretário executivo do Ministério da Fazenda, último cargo antes de ser nomeado diretor-geral adjunto do FMI. Ele foi o primeiro brasileiro a ocupar o terceiro principal posto do órgão. Formado em direito com pós-graduação em economia pela Universidade de Manchester, Portugal é considerado um dos melhores técnicos em macroeconomia do país.

Para o presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, Portugal foi responsável por um trabalho duradouro na entidade, conforme declarou em nota. O brasileiro tinha sob sua responsabilidade as áreas de estatística e de base de dados e a supervisão das políticas do fundo em relação a um grupo de 81 países-membros.

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