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Mulher de Cabral é levada para depor

Adriana Ancelmo é suspeita de lavagem de dinheiro por meio do seu escritório de advocacia

Sérgio Cabral: Cavendish contou que deu de presente para Adriana um anel de R$ 800 mil em julho de 2009 (Valter Campanato/ABr)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de novembro de 2016 às 09h04.

São Paulo - A mulher do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), Adriana Ancelmo, foi alvo de condução coercitiva na manhã desta quinta-feira, 17, para prestar depoimentos. Cabral, alvo de pedido de prisão preventiva, já está na sede da PF do Rio.

Ele deixou o prédio em que mora na zona sul do Rio sob gritos de "bandido" e "ladrão". Policiais usaram spray de pimenta para dispersar os manifestantes, que se colocaram em frente ao carro da Polícia Federal.

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Cabral é investigado em duas frentes: pela operação Lava Jato e por outra apuração que tem como foco esquema de corrupção envolvendo a construtora Delta, do empresário Fernando Cavendish. Delatores citaram o nome de Cabral e o relacionaram a recebimento de propinas milionárias.

Em depoimento, Cavendish contou que deu de presente para Adriana um anel de R$ 800 mil em julho de 2009, durante uma viagem a Mônaco. De ouro branco e brilhantes, o anel foi pago no cartão de crédito do empresário. Adriana é suspeita de lavagem de dinheiro por meio do seu escritório de advocacia.

A PF batizou a operação de Calicute.O prejuízo estimado pelas ações ilícitas é superior a R$ 220 milhões. O esquema de corrupção aponta pagamento de propina de 5% a 6% para a execução de obras no Rio de Janeiro, incluindo a reforma do Maracanã, no período do governo de Cabral.

A apuração em curso identificou fortes indícios de cartelização de grandes obras executadas com recursos federais mediante o pagamento de propinas. A investigação é tocada em conjunto pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público. Haverá coletiva de imprensa às 10h desta quinta-feira para detalhar as investigações.

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