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Múcio diz que Forças Armadas são 'a favor da democracia'

"Nosso País possui tradições pacíficas. Apesar de sua relevante dimensão geopolítica, o Brasil e nossas Forças Armadas sempre se posicionaram a serviço da paz, da democracia, disse Múcio

O futuro ministro da Defesa José Múcio Monteiro e da Justiça, Flavio Dino, falam à imprensa após reunião com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (José Cruz/Agência Brasil)

O futuro ministro da Defesa José Múcio Monteiro e da Justiça, Flavio Dino, falam à imprensa após reunião com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 09h08.

Após a cerimônia de transmissão de cargo nesta segunda-feira, 2, sem a presença da cúpula do governo Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que as Forças Armadas brasileiras "sempre se posicionaram a favor da democracia". Segundo ele, os militares têm senso de responsabilidade.

Múcio disse ter amigos e parentes em acampamentos de apoiadores de Bolsonaro, contrários ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no entorno de quartéis pelo País. Ele afirmou que nem todos os participantes são radicais e disse considerar a manifestação legítima, mas entende que vão se esvaziar.

"Eu acho que aquilo vai se esvair. Na hora em que o ex-presidente da República (Bolsonaro) entregou seu cargo, saiu do cargo, que o general Mourão (ex-vice-presidente) fez um pronunciamento falando que todos voltassem a seus lares", afirmou Múcio, em entrevista.

"Aquelas manifestações no acampamento, falo com autoridade porque tenho parentes lá, no do Recife, tenho alguns amigos aqui é uma manifestação da democracia. Aos pouquinhos aquilo vai se esvair e vai chegar ao lugar que todos nós queremos", afirmou.

O tom de José Múcio destoa, em público, de outros ministros do governo Lula. A desmobilização dessas concentrações era um desejo de Lula confidenciado a parlamentares, como revelou o Estadão.

Apuração

Investigações policiais apontaram frequentadores do acampamento do Quartel-General do Exército como autores de uma tentativa de atentado a bomba e de cometer atos de vandalismo na capital federal, com incêndios de veículos e ônibus. Questionado se os parentes estavam ainda aglomerados nos quartéis, o ministro esquivou-se, dizendo que iria telefonar para eles.

"Nosso País possui tradições pacíficas. Apesar de sua relevante dimensão geopolítica, o Brasil e nossas Forças Armadas sempre se posicionaram a serviço da paz, da democracia, do respeito às instituições e da cooperação com seus vizinhos. Nossa história, rica em exemplos, mostra que a Marinha, o Exército e a Aeronáutica são instituições de Estado, respeitáveis e ciosas de seus papéis constitucionais, regidas pelos princípios da hierarquia e da disciplina, nelas profundamente arraigados", afirmou.

Dos três comandos, só a Marinha tem cerimônia pendente de passagem de cargo, que deve ocorrer na quinta-feira, 5, quando Marcos Olsen assumirá. A do Exército ocorreu na sexta-feira passada, 30, quando, com a posse do general Júlio César Arruda.

O brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno recebeu ontem o cargo de novo comandante da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele disse que "não fugiria à luta" nem se "furtaria à nobre missão", mesmo diante de descontentamentos. "Que a incompreensão de alguns mais próximos se reverta em futuro entendimento", afirmou Damasceno.

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