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MPF cobra R$ 4,5 bi de empresas envolvidas na Lava Jato

Ações na Justiça cobram multa, indenização por danos morais coletivos e ressarcimento ao erário de seis empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras

Usina Hidrelétrica de Itaipu, obra da construtora Camargo Corrêa (GERMANO LUDERS)

Usina Hidrelétrica de Itaipu, obra da construtora Camargo Corrêa (GERMANO LUDERS)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 17h27.

São Paulo – O MPF (Ministério Público Federal) entrou com ações de improbidade administrativa contra seis empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. No total, as ações somam R$ 4,47 bilhões.

São alvo das ações as empresas Camargo Corrêa, Sanko, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia e Engevix. Executivos desses grupos também foram citados. O tema agora precisa ser analisado pela Justiça.

Nas ações, o MPF cobra R$ 319 milhões de ressarcimento ao erário pelos desvios de recursos públicos da Petrobras; R$ 959 milhões como pagamento de multa civil e R$ 3,19 bilhões como indenização por danos morais coletivos.

Além dos pagamentos, as ações ainda exigem que essas empresas sejam proibidas de receber benefícios e incentivos fiscais ou de crédito. Elas também podem ficar proibidas de trabalhar para o poder público.

O Ministério Público Federal ainda pede que as penalidades sejam estendidas a outras empresas do mesmo ramo que façam parte do grupo econômico das investigadas.

O MPF explica que essas ações de improbidade administrativa pedem a punição na área cível dos crimes investigados na Operação Lava Jato. As empresas são suspeitas de formação de cartel e pagamento de propina a funcionários públicos para obtenção de vantagens em contratos com a Petrobras.

EXAME.com entrou em contato com as empresas citadas pelo MPF. A Engevix afirmou que, assim que for notificada, tomará providências através de seus advogados.

A Camargo Corrêa diz que não foi citada na ação e desconhece seu teor. "Assim que houver possibilidade de defesa, a companhia apresentará sua contestação às acusações”, disse. 

A OAS afirmou que "refuta veementemente tais alegações e, quando for notificada da ação, irá defender-se nos termos da lei". Já a Mendes Júnior disse que até o momento não foi notificada.

A Galvão Engenharia disse que não irá se pronunciar. A assessoria de imprensa da Sanko não foi localizada pela reportagem.

Veja na tabela a seguir o que é pedido pelo Ministério Público Federal:

Grupo econômico Réus pessoas físicas Réus pessoas jurídicas Total pedido pelo MPF (R$)
OAS 7 3 988.731.938,98
Camargo +Sanko 5 4 845.396.727,37
Mendes Júnior 6 2 1.043.867.419,61
Galvão 5 2 1.058.963.242,68
Engevix 5 2 538.850.198,60
Total 28 13 4.475.809.527,24

Atualizado às 18h20.

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