Hamilton Mourão: Vice-presidente pede cautela em apurações sobre o desastre (Sergio Moraes/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 21h21.
O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, pediu hoje (29) cautela nas ações de investigação e punição dos responsáveis pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).
"Eu acho que a gente tem que ter cautela nessa hora. Uma coisa é agir pelos impulsos e pela situação que está ocorrendo, pela quantidade de gente que perdeu a vida. Tem que apurar as responsabilidades, se houve realmente imprudência, imperícia, negligência", disse Mourão na saída da Vice-Presidência, no anexo do Palácio do Planalto, onde fica seu gabinete.
"Uma vez apurado, a gente vê o que pode ser feito. Isso o Ministério Público vai agir. O próprio Ministério Público já tomou algumas atitudes hoje, não sei se foram as mais corretas, mas foram tomadas", completou.
Mourão citou a prisão de dois engenheiros suspeitos de fraudar laudos técnicos da empresa Vale. O presidente em exercício destacou a relevância das prisões e a importância de existir provas suficientes para sustentá-las. "Não é que eu não concorde com as prisões. Não tenho elementos para dizer se estão corretas ou não. Agora, você prender preventivamente dois engenheiros por 30 dias, tem que ter provas ou indícios muito fortes de que eles iriam apagar as provas".
Mourão também confirmou a liberação de R$ 801,9 milhões, pelo Ministério da Economia, para apoiar medidas de apoio emergencial em Brumadinho. "Isso tá valendo. O recurso o Paulo Guedes [ministro da Economia] já tinha liberado, agora não se sabe a totalidade que será utilizado disso".
Questionado sobre a possibilidade de Juan Guaidó, principal oposicionista ao governo venezuelano, ser proibido de deixar a Venezuela, e ter suas contas bloqueadas, Mourão afirmou que o Brasil não fará nada a respeito.
"O Maduro tá lutando pela sobrevivência dele. Nós temos que aguardar como vai terminar esse caso aí. Eu já falei, temos que assegurar uma saída para o Maduro", disse. Guaidó é reconhecido pelo Brasil e por outros países como presidente legítimo da Venezuela.
O presidente em exercício também viu com naturalidade a possibilidade da saída do ex-presidente Lula da prisão para acompanhar o enterro do irmão. "É uma questão humanitária. A gente perder um irmão é sempre uma coisa triste. Eu já perdi o meu e sei como é. Se a Justiça considerar que está ok, não tem problema nenhum".
Genival Inácio da Silva, irmão do ex-presidente morreu hoje. A defesa de Lula já pediu permissão à justiça para que ele vá ao enterro. A decisão sai ainda hoje. O enterro de Genival está marcado para amanhã, no cemitério Vila Paulicéia, em São Bernardo do Campo, com início previsto para as 13h.