Brasil

Mourão: Pazuello sabe que cometeu erro ao participar de ato com Bolsonaro

Mourão afirmou que Pazuello pode ir para reserva do Exército para atenuar provável punição

Vice-presidente Hamilton Mourão em cerimônia no Palácio do Planalto (Adriano Machado/Reuters)

Vice-presidente Hamilton Mourão em cerimônia no Palácio do Planalto (Adriano Machado/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 24 de maio de 2021 às 10h48.

Última atualização em 24 de maio de 2021 às 11h03.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou na manhã desta segunda-feira que o ex-ministro Eduardo Pazuello ja admitiu aos comandantes do Exército que errou ao participar de um ato político com o presidente Jair Bolsonaro. Segundo Mourão, para minimizar a possibilidade de uma punição, como previsto no regulamento disciplinar do Exército, o general poderá deixar a ativa das Forças Armadas.

  • Quer saber tudo sobre a corrida eleitoral de 2022? Assine a EXAME e fique por dentro.

As regras internas do Exército proíbem a participação de oficiais da ativa em qualquer manifestação de cunho político, como foi o caso do evento que Bolsonaro realizou com motociclistas no Rio de Janeiro no último domingo. Questionado sobre a possibilidade de punição de Pazuello, Mourão respondeu que acredita ser provável algum tipo de ação por parte dos comandantes do Exército.

— É provável que seja (punido). É uma questão interna do Exército. Ele também pode pedir transferência para a reserva e atenuar o problema — afirmou o vice-presidente.

A cúpula do Exército reagiu mal à ida do general da ativa Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, ao ato político em companhia do presidente Jair Bolsonaro neste domingo, no Rio. A avaliação de militares graduados, segundo relatos colhidos pelo GLOBO, é a de que Pazuello deve ser pressionado a ir para a reserva após o episódio. Uma fonte ouvida considera que a semana poderá ser "decisiva" para o destino do militar.

Segundo Mourão, o ex-ministro da Saúde já teria entrado em contato com a cúpula do Exército. Na conversa, Pazuello teria admitido o erro.

— O episódio será conduzido à luz do regulamento e isso tem sido muito claor em todos os pronunciamentos dos comandantes militares e do próprio ministro da Defesa. Eu já sei que o Pazuello já entrou em contato com o comandante informando, colocando a cabeça dele no cutelo e entendendo que ele cometeu um erro — disse Mourão.

A pressão para que Pazuello deixe a ativa do Exército existia desde que o general ainda ocupava o Ministério da Saúde. Para os generais, a participação de um oficial da ativa no governo poderiam prejudicar a visão das Forças Armadas como instituições de estado, e não de um governo específico.

Além disso, a atuação de Pazuello no combate à pandemia da Covid-19 também preocupava os militares. Além do general, outros oficiais foram convocados ao Ministério da Saúde para trabalharem como auxiliares de Pazuello.

Quais são as tendências entre as maiores empresas do Brasil e do mundo? Assine a EXAME e saiba mais.

Acompanhe tudo sobre:Eduardo PazuelloExércitoHamilton MourãoMilitares

Mais de Brasil

Trens e metrô terão tarifa mais alta a partir de janeiro; saiba quando e valores

PM afasta policial que atirou à queima-roupa em rapaz em São Paulo

Tarifa de ônibus em SP será de R$ 5,00; veja quando passa a valer

Alexandre de Moraes mantém prisão do general Braga Netto