Intervenção no Rio: caso ocorreu às 20h05 deste sábado (Dado Galdieri/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de maio de 2018 às 11h08.
Rio - Um motociclista foi morto por um soldado na noite deste sábado, 12, ao tentar furar um bloqueio do Exército, na Vila Militar, zona oeste do Rio de Janeiro, próximo à via Transolímpica. Segundo o Comando Militar do Leste (CML), o homem acelerou sua moto na ordem de parada dos militares, instalados em um Posto de Bloqueio e Controle em Vias Urbanas (PBCVU), e acabou sendo atingido, frontalmente, por tiros de um dos oficiais.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o caso ocorreu às 20h05 deste sábado. Diego Augusto Ferreira tinha 25 anos e veio a óbito no local, na Rua Salustiano Silva. Segundo informações preliminares de investigação obtidas pelo Estado, ele tinha algumas passagens pela polícia e a moto teria sido roubada.
"O procedimento está dentro das nossas regras de engajamento. O rapaz jogou a moto em cima do soldado, que se defendeu", diz o coronel e porta-vozdo CML, Carlos Cinelli. "Todas as circunstâncias serão apuradas no inquérito", complementa.
Ainda segundo o coronel, o bloqueio teria no mínimo dois soldados acompanhados por um sargento. Um deles estava à frente e desviou da moto. O segundo foi o autor dos disparos que levaram o motociclista à morte. Os soldados que estavam no bloqueio já foram ouvidos em uma oitiva preliminar.
A tendência é que o caso seja julgado pela Justiça Militar após lei sancionada pelo presidente Michel Temer, em outubro do ano passado, que alterou o Código Penal Militar. A legislação atual prevê que o julgamento de crimes dolosos praticados por militares contra civis, durante exercício da profissão, vá para o júri especializado.
Intervenção
A segurança pública do Rio de Janeiro está sob comando das Forças Armadas desde 16 de fevereiro deste ano, quando o presidente Michel Temer assinou o decreto de intervenção federal.
Em paralelo a isso, ainda está em vigência a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), medida estabelecida pelo Governo Federal, em maio de 2017, para conferir ao Exército os poderes de atuar na segurança pública do Rio de Janeiro.