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Mortos por tragédia no RJ passam de 700

O governo federal vai criar um linha de crédito especial, com longo prazo e juros baixos, para ajudar na recuperação econômica das cidades

Enchentes em Teresópolis (AFP/Vanderlei Almeida)

Enchentes em Teresópolis (AFP/Vanderlei Almeida)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2011 às 20h10.

Rio de Janeiro - Depois de uma semana, os moradores das sete cidades da região serrana do Rio de Janeiro afetadas pelo temporal, que deixou mais de 700 mortos, ainda vivem em um cenário de destruição, enquanto equipes de resgate seguem em busca de vítimas.

Até agora, são ao menos 702 mortes confirmadas. Ainda há pessoas soterradas e, mesmo após uma semana da forte chuva, algumas áreas só são acessadas de helicóptero. Também há problemas no fornecimento de água, energia e serviço de telefonia em certas localidades da região serrana do Rio.

Os ministros da Defesa, Nelson Jobim, da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Integração Nacional, Fernando Bezerra, sobrevoaram a região serrana com o governador do Estado, Sérgio Cabral.

Cabral anunciou que vai desembolsar 30 milhões de reais para custear o aluguel social dos desabrigados das chuvas na região serrana.

"Espero nos 3, 4 primeiros dias de fevereiro já estar pagando a primeira prestação da ajuda social", disse Cabral, acrescentando que as operações de resgate na serra não têm prazo para terminar.

Helicópteros, hospitais de campanha e tropas das Forças Armadas ajudam nos trabalhos de resgate e apoio a vítimas ao lado das equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. A Força Nacional de Segurança Pública também enviou bombeiros, peritos e policiais militares para a área.

Nova Friburgo é a cidade com maior número de mortos, 335, seguida por Teresópolis, com 285, Petrópolis, com 62, e Sumidouro com 20, segundo dados das autoridades locais. O número de desalojados ou desabrigados na região supera 13 mil.

O governo federal vai criar um linha de crédito especial, com longo prazo e juros baixos, para ajudar na recuperação econômica das cidades da região serrana afetadas pelo temporal, segundo Bezerra.

"Medidas de apoio ao setor produtivo já estão sendo analisadas", disse em entrevista na cidade de Nova Friburgo. Ele anunciou ainda a criação de um grupo ministerial de apoio, com representantes dos ministérios da Integração, Defesa, Justiça e Saúde.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços estadual disse acompanhar os prejuízos causados em diversos setores econômicos das cidades atingidas e oferecerá linha de crédito diferenciada para pequenas e microempresas.

"O fenômeno climático que ceifou centenas de vidas impactou fortemente a economia local. Além da vocação agrícola da região, os setores de indústria, comércio e serviços também sofreram", disse o secretário Julio Bueno em comunicado, acrescentando que ainda não é possível avaliar os prejuízos materiais.

De acordo com o secretário, o valor adicionado pelo setor agropecuário nestas cidades é de 268 milhões de reais, enquanto a indústria totaliza 2,1 bilhões de reais e o setor de serviços, 7 bilhões de reais.


A tragédia tem impacto ainda no setor de turismo destes municípios. A atividade turística emprega 12 mil pessoas em Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis, segundo a secretaria de Desenvolvimento.

Áreas de risco

A Defesa Civil mapeou áreas de risco para futuramente retirar as famílias das casas situadas em locais de perigo.

Ao menos 250 casas correm risco somente na cidade de Nova Friburgo. Ao todo, quase 1.500 pessoas vivem nessa áreas de perigo.

"Estamos orientando as pessoas que vivem em locais de nível 4 (máximo de risco) que deixem suas casas. Esse é um trabalho que começou logo depois do temporal, mas ele é lento", disse à Reuters o tenente Rubens Plácido, do Corpo de Bombeiros de Nova Friburgo.

"Tem gente que não quer sair e estamos estudando um meio na Justiça para obter apoio da força policial", acrescentou ele.

A chuva deu uma trégua durante o dia, e com o clima seco, a lama se transformou em barro, mas a poeira levantada pelos carros provoca incômodo aos moradores. No fim da tarde, porém, voltou a chover na região serrana do Rio.

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