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Novas mortes no AM não foram por briga de facção, diz secretário

Segundo secretário de Administração Penitenciária do Amazonas, Pedro Florêncio, cadeia pública onde as mortes ocorreram abriga apenas presos do mesmo grupo

Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa: local recebeu presos transferidos do Compaj (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de janeiro de 2017 às 11h27.

Última atualização em 8 de janeiro de 2017 às 11h33.

Boa Vista - Quatro detentos foram mortos na madrugada deste domingo, 8, na cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus. Três deles foram decapitados. O local abriga os presos que foram transferidos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim, o Compaj, por não fazerem parte da facção Família do Norte. As equipes do Instituto Médico Legal e da Polícia Militar estão no local e a Secretaria de Administração Penitenciária faz a contagem dos presos.

Com as novas vítimas, o número de presos mortos no Amazonas por conta dos desdobramentos da guerra entre as facções FDN e Primeiro Comando da Capital (PCC) sobe para 64. Em Boa Vista (RR), na semana passada, houve mais 33 mortos.

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A Cadeia Pública de Manaus estava desativada desde outubro do ano passado por conta das péssimas condições de conservação, mas teve de ser reativada para abrigar os presos que corriam risco de morte no Compaj.

Osecretário de Administração Penitenciária do Amazonas, Pedro Florêncio, confirmou as mortes e afirmou que não se trata de briga de facção pelo fato de não haver no local presos de grupo diferentes. "Não houve briga de facção porque todo mundo era do mesmo grupo. Todos eram os presos que eram ameaçados, que não tinham convivência, que estavam em áreas de seguro, de isolamento, nos outros presídios. Quando houve aquela rebelião, com as ameaças de matá-los também, nós os trouxemos para cá. Eles se matam entre eles mesmos", explicou. Para Florêncio, as mortes desta madrugada ainda são "algo incompreensível".

A FDN é apontada pela Polícia Federal como a terceira maior facção do Brasil - atrás apenas do PCC e do CV. A organização criminosa surgiu por volta do ano de 2006 após a união de dois grandes traficantes amazonenses que cumpriam suas penas em presídios federais. Gelson Lima Carnaúba, o G, e José Roberto Fernandes Barbosa, o Pertuba, saíram do sistema prisional federal com destino ao Amazonas "determinados ou orientados", segundo a PF, a estruturarem uma facção criminosa nos moldes do PCC e CV.

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