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Morte de criança vacinada para febre amarela é investigada

A criança foi vacinada recentemente, mas a prefeitura de Osasco adiantou que é prematuro afirmar que a morte foi provocada pela vacina

Febre amarela: a criança era moradora de Carapicuíba e foi atendida em hospital particular de Osasco com quadro de encefalite (Leonardo Benassatto/Reuters)

Febre amarela: a criança era moradora de Carapicuíba e foi atendida em hospital particular de Osasco com quadro de encefalite (Leonardo Benassatto/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 21h51.

A morte de uma criança de 3 anos será investigada pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, a pedido da Secretaria de Saúde de Osasco, região metropolitana de São Paulo.

A criança foi vacinada recentemente contra a febre amarela, mas a prefeitura da cidade adiantou, por meio de nota, que é prematuro afirmar que a morte foi provocada pela vacina. A criança era moradora de Carapicuíba e foi atendida em hospital particular de Osasco com quadro de encefalite.

A prefeitura informou que o laudo será feito pelo Instituto Adolfo Lutz e lembrou que a cidade não é área de risco. O município não está incluído na campanha de vacinação com a dose fracionada contra a febre amarela que teve início no dia 25.

Outros casos

No boletim epidemiológico do governo estadual divulgado em 19 de janeiro, foram confirmadas três mortes por reação à vacina da febre amarela. Todos eram adultos com menos de 60 anos e sem registro de doenças prévias. Mais seis mortes, sem incluir o caso de Osasco, estão sendo investigadas.

A vacina da febre amarela é feita com o vírus atenuado e, após a aplicação, são produzidos anticorpos que protegem contra a doença. Pelo perfil da vacina, a dose é indicada apenas para quem precisa, considerando o risco de exposição dela ao vírus da febre amarela. "Portanto, em locais urbanos, onde não há transmissão, não há motivo para expor a população a um risco desnecessário", alertou a secretaria de Saúde de São Paulo. De acordo com o órgão, a literatura médica aponta a possibilidade de ocorrência de uma morte para cada 450 mil doses aplicadas.

O último boletim do governo estadual, divulgado na última sexta-feira (26), indica a ocorrência de 134 casos de febre amarela silvestre no estado desde janeiro, sendo que 52 resultaram em morte.

O balanço anterior apontava 81 pessoas infectadas, com 36 mortes. Mais da metade dos casos (57,4%) ocorreu em Mairiporã; 12,6% em Atibaia e 3,7%, em Amparo.

Essas cidades respondem por três quartos das infecções pela doença no estado. Não há casos confirmados na capital.

Campanha

A campanha de vacinação contra a febre amarela no estado teve início na última quinta-feira (25). Começaram a ser aplicadas as doses fracionadas da vacina conforme diretriz do Ministério da Saúde. A meta é imunizar 9,2 milhões de pessoas até o dia 17 de fevereiro, em 54 cidades listadas como prioritárias. Nos dias 3 e 17 fevereiro haverá regime especial de funcionamento dos postos com a realização de Dia D. As doses são aplicadas em cerca de 900 postos, incluindo 150 volantes, nas regiões da Grande São Paulo, Vale do Paraíba e Baixada Santista.

A Secretaria de Estado da Saúde alerta que devem consultar o médico sobre a necessidade de tomar a vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído, transplantados, hemofílicos ou pessoas com doenças do sangue e de doença falciforme.

Não há indicação de imunização para grávidas que morem em locais sem recomendação de vacina, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos (como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas).

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