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Moraes nega pedido de Mauro Cid para retirar tornozeleira e retornar ao Exército

Cid foi preso no dia 3 de maio, durante uma operação da PF que investiga a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19

Alexandre de Moraes: ministro do Supremo Tribunal Federal (Antonio Augusto/Secom/TSE/Flickr)

Alexandre de Moraes: ministro do Supremo Tribunal Federal (Antonio Augusto/Secom/TSE/Flickr)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 9 de novembro de 2023 às 15h28.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou um pedido do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de voltar a exercer uma função administrativa do Exército e retirar a tornozeleira eletrônica.

Cid foi preso no dia 3 de maio, em uma operação da PF que investiga a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19. Em 9 de setembro, ele teve o seu pedido de delação premiada homologada por Moraes e foi liberado de um quartel onde estava detido no dia 9 de setembro.

Quando deixou a prisão, Cid teve que cumprir medidas cautelares como se afastar das suas funções como oficial no Exército, utilizar uma tornozeleira eletrônica e a proibição de conversar com outros investigados e de acessar redes sociais. Mesmo afastado das Forças Armadas, o tenente-coronel segue recebendo um salário de R$ 27 mil.

Segundo informações do portal UOL, em uma petição enviada para Moraes, a defesa de Cid argumentou ao STF que o retorno às funções administrativas do Exército não colocaria em risco o andamento das investigações. Sobre o uso da tornozeleira eletrônica, foi dito que o tenente-coronel tem colaborado com a Justiça e que a medida não seria mais necessária.

A defesa do tenente-coronel também mostrou um receio de que o Exército suspenda o pagamento do seu salário de R$ 27 mil, afirmando que tal situação o deixaria em 'situação de extrema dificuldade financeira".

"O afastamento compulsório do requerente, por ordem judicial, do exercício de suas funções como oficial do Exército, retira-lhe, de pronto, a possibilidade de prover o sustento familiar, já que é arrimo de família e, ao Exército, é facultado - se não obrigatório -, suspender o pagamento de seus proventos, o que lhe deixaria em situação de extrema dificuldade financeira", disse a defesa.

Em sua decisão, Moraes afirmou que as medidas cautelares "se mostravam, e ainda revelam-se, necessárias e adequadas" pelo fato das investigações que envolvem o entorno do ex-presidente ainda estarem em aberto.

"As diligências estão em curso, razão pela qual seria absolutamente prematuro remover as restrições impostas ao investigado, sem qualquer alteração fática da investigação nesse momento", frisou o ministro do STF.

Em delação, Cid deu informações importantes sobre casos em que Bolsonaro é investigado

Na delação premiada que fez para a Polícia Federal (PF), Cid deu informações importantes sobre informações sobre os casos onde Bolsonaro é uma figura central nas investigações: a venda ilegal das joias sauditas, a fraude nos cartões de vacina no sistema do Ministério da Saúde, a tentativa de golpe de Estado após a divulgação dos resultados das eleições do ano passado e o funcionamento do "gabinete do ódio".

Como ajudante de ordens, Mauro Cid teve acesso livre ao Palácio do Planalto, estando ao lado do Bolsonaro em entrevistas, lives, reuniões e até mesmo em salas de cirurgias, sendo o braço direito e secretário particular de Bolsonaro nos quatro anos do governo passado. As memórias dele e os acessos que teve tornam a delação um problema para o ex-chefe do Executivo.

Para a PF, Cid já admitiu que sua participação no esquema de fraudes dos cartões de vacina de covid-19 no sistema do Ministério da Saúde e implicou o ex-presidente como mandante. O tenente-coronel também afirmou que Bolsonaro recebeu em mãos parte do dinheiro proveniente da venda ilegal de joias.

Na delação, o ex-ajudante de ordens também disse que Bolsonaro teria se reunido com a cúpula das Forças Armadas, após o segundo turno das eleições presidenciais, para discutir a possibilidade de uma intervenção militar e deu detalhes sobre como funcionava o "gabinete do ódio", que tinha uma sala no Palácio do Planalto durante o governo passado.

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