Moradores de rua na Praça da Sé, em São Paulo (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)
Valéria Bretas
Publicado em 19 de julho de 2017 às 18h19.
Última atualização em 20 de julho de 2017 às 09h52.
São Paulo – Moradores de rua da região da praça da Sé, no centro de São Paulo, teriam sido acordados com jatos de água fria nesta quarta-feira (19). De acordo com a rádio CBN, uma equipe contratada pela Prefeitura para limpar a praça teria sido a responsável por expulsar as pessoas em situação de rua que estavam no local.
“Às quatro e meia da manhã eles chegam aqui e não estão nem aí, mesmo com um frio danado desses. Molharam nossas cobertas e tivemos que jogar fora”, relatou um morador de rua à CBN.
Vale lembrar que a capital paulista enfrentou a madrugada mais fria do ano nesta quarta-feira, com mínima de 7,9ºC, segundo medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Na terça-feira (18), um morador de rua foi encontrado morto no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, sem sinais de violência - o que indica que pode ter sido vítima do frio. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
Em nota, a prefeitura de São Paulo informou que "o que foi relatado pela CBN não aconteceu". "A Prefeitura determinou que as empresas prestadoras de serviços apurem se houve intercorrência. O procedimento é sempre o mesmo: as pessoas são abordadas, informadas sobre a ação e é solicitada a retirada dos pertences do local que será limpo", diz o comunicado.
Na tarde de quarta-feira (19), o prefeito João Doria afirmou que alguns cobertores foram molhados, mas que "não houve jato de água gelada disparado propositalmente nas pessoas em situação de rua".
"Não tem o menor cabimento, nós apuramos isso, não houve essa situação, até porque se houvesse certamente com o advento do celular alguém teria feito essa imagem e ela não foi feita porque isso não existiu. Na limpeza do chão alguns cobertores foram molhados e nós já orientamos a reposição", disse o tucano.