Moradores de Higienópolis negam elitismo no caso do Metrô
Presidente da Associação Defenda Higienópolis diz que declaração sobre "gente diferenciada" não é opinião da maioria; moradores pedem expansão racional do Metrô
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2011 às 14h04.
São Paulo - Nesta quarta-feira (11), uma série de comentários irônicos e piadas tomou as redes sociais criticando a Associação Defenda Higienópolis pela oposição à construção de uma estação de Metrô no bairro nobre do centro de São Paulo. A entidade foi tachada de preconceituosa e elitista por não querer a obra na Avenida Angélica. Pedro Ivanow, presidente do grupo, quer desfazer esta imagem, e diz que os moradores reivindicam apenas "uma expansão racional do Metrô".
De acordo com Ivanow, quando o governo anunciou a construção da estação Angélica, no primeiro semestre do ano passado, os moradores de Higienópolis decidiram criar a associação para se manifestar contra a obra. O caso ganhou maior repercussão depois que uma moradora, em entrevista à Folha de S. Paulo, criticou o projeto, dizendo que a estação atrairia para o local "uma gente diferenciada", que poderia causar problemas.
A expressão usada por ela voltou à tona e virou alvo de críticas e brincadeiras. No Facebook, um usuário criou o convite para um "churrasco diferenciado em frente ao Shopping Higienópolis" para mostrar que "ricos não chegam aos pobres, mas pobres, sim, facilmente chegam aos ricos".
"Esta reação nas redes sociais me incomoda. Identifiquei o criador da comunidade do churrasco da gente diferenciada e mandei para ele um e-mail para esclarecer ideias. Várias declarações mostram um nível de desinformação muito grande. Acham que não queremos metrô no bairro, o que é mentira, porque já temos várias estações", afirma Ivanow.
O presidente da Associação Defenda Higienópolis diz que a moradora externou uma opinião pessoal, elitista. "Não é a opinião da maioria dos moradores, e muito menos da associação. Não temos nada contra o Metrô, defendemos a expansão. Mas queremos que ela seja racional, até porque, ninguém tem dinheiro sobrando para gastar da forma errada."
Bairro bem servido
Segundo Ivanow, a principal reclamação dos moradores tem a ver com a distribuição irregular das estações do Metrô que servem a região. Ele explica que uma estação na esquina da Avenida Angélica com a Rua Sergipe ficaria muito próxima de outra programada para a Rua da Consolação, perto da Universidade Mackenzie. "Nosso bairro é bem servido pela malha metroviária. Temos as estações Marechal Deodoro, Santa Cecília, e as que serão construídas, como a Higienópolis-Mackenzie."
O próprio Metrô reconheceu a proximidade entre as estações. Uma nota divulgada pela empresa nesta quarta-feira (11) diz que a estação Angélica ficaria a apenas 610 metros da futura estação Higienópolis-Mackenzie, e a 1500 metros da estação PUC-Cardoso de Almeida. O comunicado afirmava ainda que a mudança de local da estação Angélica buscava um "melhor equilíbrio da linha".
"Por outro lado, em direção ao bairro de Perdizes, fica um espaço de mais de dois quilômetros entre uma estação e outra. Isto causou estresse no bairro. Por que a expansão precisa ser desse jeito? Esta é a principal motivação do movimento. Com a decisão do Metrô em reavaliar o local, prevaleceu o bom senso", diz Ivanow.
São Paulo - Nesta quarta-feira (11), uma série de comentários irônicos e piadas tomou as redes sociais criticando a Associação Defenda Higienópolis pela oposição à construção de uma estação de Metrô no bairro nobre do centro de São Paulo. A entidade foi tachada de preconceituosa e elitista por não querer a obra na Avenida Angélica. Pedro Ivanow, presidente do grupo, quer desfazer esta imagem, e diz que os moradores reivindicam apenas "uma expansão racional do Metrô".
De acordo com Ivanow, quando o governo anunciou a construção da estação Angélica, no primeiro semestre do ano passado, os moradores de Higienópolis decidiram criar a associação para se manifestar contra a obra. O caso ganhou maior repercussão depois que uma moradora, em entrevista à Folha de S. Paulo, criticou o projeto, dizendo que a estação atrairia para o local "uma gente diferenciada", que poderia causar problemas.
A expressão usada por ela voltou à tona e virou alvo de críticas e brincadeiras. No Facebook, um usuário criou o convite para um "churrasco diferenciado em frente ao Shopping Higienópolis" para mostrar que "ricos não chegam aos pobres, mas pobres, sim, facilmente chegam aos ricos".
"Esta reação nas redes sociais me incomoda. Identifiquei o criador da comunidade do churrasco da gente diferenciada e mandei para ele um e-mail para esclarecer ideias. Várias declarações mostram um nível de desinformação muito grande. Acham que não queremos metrô no bairro, o que é mentira, porque já temos várias estações", afirma Ivanow.
O presidente da Associação Defenda Higienópolis diz que a moradora externou uma opinião pessoal, elitista. "Não é a opinião da maioria dos moradores, e muito menos da associação. Não temos nada contra o Metrô, defendemos a expansão. Mas queremos que ela seja racional, até porque, ninguém tem dinheiro sobrando para gastar da forma errada."
Bairro bem servido
Segundo Ivanow, a principal reclamação dos moradores tem a ver com a distribuição irregular das estações do Metrô que servem a região. Ele explica que uma estação na esquina da Avenida Angélica com a Rua Sergipe ficaria muito próxima de outra programada para a Rua da Consolação, perto da Universidade Mackenzie. "Nosso bairro é bem servido pela malha metroviária. Temos as estações Marechal Deodoro, Santa Cecília, e as que serão construídas, como a Higienópolis-Mackenzie."
O próprio Metrô reconheceu a proximidade entre as estações. Uma nota divulgada pela empresa nesta quarta-feira (11) diz que a estação Angélica ficaria a apenas 610 metros da futura estação Higienópolis-Mackenzie, e a 1500 metros da estação PUC-Cardoso de Almeida. O comunicado afirmava ainda que a mudança de local da estação Angélica buscava um "melhor equilíbrio da linha".
"Por outro lado, em direção ao bairro de Perdizes, fica um espaço de mais de dois quilômetros entre uma estação e outra. Isto causou estresse no bairro. Por que a expansão precisa ser desse jeito? Esta é a principal motivação do movimento. Com a decisão do Metrô em reavaliar o local, prevaleceu o bom senso", diz Ivanow.