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Monteiro demonstra otimismo em votação contra o impeachment

O ministro do Desenvolvimento disse que tem "muita confiança de que a bancada majoritariamente vai votar contra o impeachment"


	Armando Monteiro: "eu não sou ministro. Eu estou lá no ministério, e posso até estar por pouco tempo"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Armando Monteiro: "eu não sou ministro. Eu estou lá no ministério, e posso até estar por pouco tempo" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2016 às 20h27.

Porto Alegre - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, afirmou na tarde desta terça-feira, 5, que não é ministro, mas que "está ministro", repetindo a frase célebre proferida por Eduardo Portella na época em que esteve à frente do então Ministério da Abertura, no governo militar de João Figueiredo.

"Eu não sou ministro. Eu estou lá no ministério, e posso até estar por pouco tempo", afirmou Monteiro em palestra a empresários na capital gaúcha.

A declaração ocorre num momento em que se especula a possibilidade de o Palácio do Planalto fazer uma reforma ministerial em função da saída do PMDB e da necessidade de recompor sua base.

Hoje, em entrevista, a presidente Dilma Rousseff disse que não fará reforma ministerial antes da votação do pedido de impeachment contra ela no plenário da Câmara dos Deputados.

Na saída do evento em Porto Alegre, questionado sobre a frase dita na palestra, Monteiro explicou que os ministros não podem saber quanto tempo ficarão no governo porque a decisão cabe sempre à presidente.

"É ela que define a permanência do ministro. O que eu estou dizendo é que não posso dizer que vou estar no ministério, mas enquanto estiver estarei servindo com muito entusiasmo", falou.

Perguntado sobre qual será a posição de seu partido, o PTB, na votação na Câmara, ele disse que tem "muita confiança de que a bancada majoritariamente vai votar contra o impeachment". O relator do processo na comissão especial da Câmara é o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que vai apresentar nesta quarta, dia 6, seu parecer sobre a admissibilidade do processo.

Na palestra de hoje em Porto Alegre, Monteiro disse esperar que a resolução da crise política se dê com o "absoluto respeito" aos marcos legais e constitucionais.

Ele destacou que, em meio ao combate contra corrupção em curso no Brasil, as investigações têm se dado de forma a consagrar a autonomia dos poderes e a independência dos órgãos de fiscalização. "Olhando os países emergentes, nos perguntamos onde mais isso aconteceria com tal grau de autonomia e de independência das instituições", comentou.

Pessimismo

Na apresentação que fez a um grupo de empresários do Rio Grande do Sul, Monteiro também disse que enxerga um pessimismo exagerado dos brasileiros em relação ao próprio País.

Ele lembrou que esteve em Washington recentemente, onde se reuniu com representantes de empresas norte-americanas e, segundo ele, todos ainda veem atributos positivos sobre o Brasil. "Nós brasileiros estamos vendo no Brasil mais pessimismo do que os estrangeiros", falou.

"A visão do investidor não é uma visão de curto prazo, e todos sabem que o Brasil é um País que tem ativos fantásticos. O Brasil é um grande negócio."

Durante toda sua fala, ele defendeu a necessidade de que o País adote uma agenda de medidas com o objetivo de alcançar o reequilíbrio macroeconômico e a contenção de gastos públicos.

Na sua visão, isso passa por reformar a previdência, quebrar a estrutura de vinculação rígida das despesas e, inclusive, reavaliar programas na área social que, segundo ele, se reproduzem ao longo do tempo sem que haja uma avaliação em termos de custo-benefício para a sociedade. "Temos que rever alguns regimes de incentivos, para fazê-los muito mais eficientes do ponto de vista do interesse do conjunto", frisou.

De acordo com o ministro, as ações de estímulo ao crescimento que o governo poderá adotar para enfrentar a crise não são incompatíveis com uma agenda de reformas.

"Acho que a gente pode fazer ações que estimulem o crescimento, ações de apoio à exportação, a questão do crédito, e ao mesmo tempo propor uma agenda de reformas", disse.

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