"Momento é de testosterona", diz Ciro sobre Marina nas eleições
O ex-governador e ex-ministro criticou o comportamento de Marina Silva, dizendo que "não a vê com apetite de ser candidata"
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de outubro de 2017 às 17h57.
Rio - O pré-candidato a Presidência pelo PDT, Ciro Gomes , atacou possíveis postulantes de outros partidos ao posto durante um almoço com empresários na Firjan, no centro do Rio, na tarde desta quinta-feira, 19.
Sobre Marina Silva , o ex-governador do Ceará disse que não a vê com energia para a disputa e que, além disso, "o momento é muito de testosterona", hormônio masculino.
Também dirigiu críticas aos tucanos Geraldo Alckmin, João Doria e Aécio Neves, a quem chamou de "cadáver político".
Ciro disse que Aécio "continua dando as cartas" e afirmou que o PSDB insiste em não tirá-lo do comando do partido.
"Aécio é um cadáver político, e o que se faz com um cadáver é sepultar. E aí não sei por que não se sepulta. O cara está lá dando as cartas. A onda de revolta pede que ele saia da presidência do PSDB (da qual Aécio está licenciado). Ele não vai sair. Então não resolve", disse.
O ex-governador e ex-ministro criticou o comportamento de Marina Silva. "Não a vejo com apetite de ser candidata, ou então é uma tática nova que eu nunca vi na minha vida pública, que é o negócio de jogar parado, de não dar opinião. Não vejo ela com a energia e o momento é muito de testosterona. Eu não elogio isso, é algo do Brasil. É um momento muito agressivo, e ela tem uma psicologia muito avessa a isso", afirmou.
Ciro acrescentou que o PSDB "vai fazer uma campanha situacionista", "segurando a alça de um caixão de um governo que tem 3% de aprovação, ou vai deixar para a véspera da eleição para sair e ficar com o justo estigma de oportunista".
"Para não parar de fazer besteira, o Doria contesta o Alckmin, que o inventou. Qualquer político sabe que o Alckmin aumentava as remotas e decrescentes chances do PSDB. Portanto, o PSDB vai se decidir por ele e aí não se resolve o problema. Deixa o Doria desgastando o Alckmin", disse.
Apesar das críticas ao partido, Gomes afirmou que "quer representar um certo pedaço do PSDB, que ajudou a fundar". "Fui o primeiro e único governador eleito pelo PSDB pelas eleições de 90 e rompi por causa da fraude do real porque não queria ser confundido com aquilo", afirmou.
Ciro disse ainda que Jair Bolsonaro, neste momento, "representa uma coisa muito respeitável que é a repulsa do povo brasileiro com a prática média da política". Destacou, porém, que "o voto não é catártico".
"Essas bofetadas que o Supremo dá, que o Congresso dá, todo dia o Bolsonaro vira uma coisa catártica de protesto. Mas o voto não é catártico. O voto é afirmativo. Portanto, na hora que o PSDB de organizar, eles vão começar a se canibalizar. O PSDB subindo, e o Bolsonaro subindo. E eu vou passando", afirmou.