Paulo Bernardo vê tendência de 2º turno entre Dilma e Marina
Pesquisa do Datafolha divulgada na madrugada de segunda-feira mostrou Dilma com 36% das intenções de voto, seguida por Marina com 21%
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2014 às 22h00.
Brasília - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo , acredita que a eleição presidencial será decidida num segundo turno entre a presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição pelo PT , e a candidata do PSB, Marina Silva.
"Minha opinião não é a mesma de alguns companheiros meus do partido e do governo. Eu acho que a Marina vai ser mais forte que o Aécio (Neves, candidato do PSDB)", disse à Reuters na terça-feira o ministro, que é petista como a presidente. "Acho que a tendência é se tiver segundo turno, e tudo indica que vai ter segundo turno, vai ser com ela (Marina)", acrescentou.
Marina Silva foi escolhida para disputar a Presidência pelo PSB no lugar de Eduardo Campos, que morreu em um trágico acidente aéreo em Santos na semana passada. A oficialização de sua candidatura ocorre na quarta-feira.
Pesquisa do Datafolha divulgada na madrugada de segunda-feira mostrou Dilma com 36 por cento das intenções de voto, seguida por Marina com 21 por cento e Aécio com 20 por cento.
Apesar de projetar esse cenário de disputa entre Dilma e Marina, o ministro afirmou que é preciso esperar um pouco para ver que discurso o PSB adotará na campanha e como Marina vai se comportar nos debates. "O (Eduardo) Giannetti, que é o candidato a ministro da Fazenda dela, está dizendo que não tem diferença na área econômica entre ela e o Aécio", disse Bernardo em referência às recentes apresentações do economista, que é o principal expoente da área econômica da campanha do PSB.
"Acho que isso é que vai com certeza definir o crescimento dela ou que ela míngue", disse. "Com certeza o pessoal do Aécio está achando que ela não vai ter fôlego. O importante é saber o que ela vai dizer", argumentou.
Para o ministro, Marina tem a vantagem em relação ao tucano por ter o ambiente de comoção instalado por conta da morte de Campos e por representar a surpresa de última hora na eleição. Além disso, Bernardo contesta a capacidade de Aécio de apresentar propostas. "Eu acho que ela tem esse fator surpresa. O Aécio ficou quatro anos no Senado e o que ele fez nesse período? O que ele apresentou? Não mostrou nada", avaliou Bernardo, que é influente em seu partido e chegou a ser cotado para assumir a coordenação de campanha de Dilma.
Para o ministro, porém, a presidente leva vantagem na disputa com Marina porque tem muitas ações do governo a apresentar e mais tempo na propaganda eleitoral obrigatória. "Acho que a Dilma tem um diferencial que é um governo que fez muita coisa", disse, admitindo que será uma campanha muito dura.