Ministro do Turismo recebeu R$ 300 mil da Camargo Corrêa e R$ 30 mil da Braskem, ambas na mira da Lava Jato. Da JBS foram R$ 236 mil — a Eldorado Brasil, do mesmo grupo da JBS, também é investigada (Divulgação / Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2016 às 16h32.
Brasília - O novo ministro do Turismo, Marx Beltrão, recebeu doações, em 2014, de empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Ele disputou uma vaga na Câmara pelo PMDB de Alagoas. O peemedebista, que é réu no Supremo Tribunal Federal por falsidade ideológica, nunca foi citado nas investigações sobre o esquema de corrupção da Petrobras.
Ele, no entanto, recebeu R$ 300 mil da Camargo Corrêa e outros R$ 30 mil da Braskem, envolvidas na Lava Jato. A soma dos valores corresponde a cerca de 25% do total recebido por ele nas eleições passadas, quando arrecadou pouco mais de R$ 1,2 milhão.
O novo ministro também recebeu R$ 236 mil da JBS. Em julho, a Empresa Eldorado Brasil, do mesmo grupo da JBS, também foi alvo de uma fase da operação.
As doações da Camargo e da JBS foram feitas por meio de repasses do diretório estadual do PMDB. Outras doações feitas via diretório vieram da Impar Serviços Hospitalares S/A (R$ 400 mil) e o Bradesco (R$ 64 mil).
Em nota, a assessoria de imprensa do ministro afirmou que todos os valores recebidos por Beltrão em 2014 foram regulares e constam na prestação de contas apresentadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. "Vale ressaltar que cerca de 95% do valor doado pelas empresas citadas foram destinados ao partido, e não diretamente ao candidato", disse o texto.
*Atualizada às 15h do dia 6 de outubro.