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Ministro da CGU cobra lei que ‘resolva’ falta de transparência em emendas

Vinícius de Carvalho afirma que ausência de informações por parte do legislativo dificulta trabalho do órgão de controle

Agência o Globo
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Publicado em 18 de novembro de 2024 às 21h08.

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O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, reforçou nesta segunda-feira, 18, a necessidade de maior transparência por parte do Congresso Nacional na liberação de emendas parlamentares. Carvalho destacou que a ausência de informações adequadas dificulta o trabalho do órgão de controle e pediu a aprovação de um projeto de lei que resolva o problema.

“Se há um problema de transparência no início do processo, esse problema vai escalando até o final. A gente espera que o Congresso Nacional aprove um projeto de lei que de fato viabilize a transparência e a rastreabilidade, que, no fundo, no fundo, é uma decisão do Supremo que precisa ser cumprida. Para nós, quanto mais rápido isso acontecer, facilita também nosso trabalho na auditoria”, declarou o ministro em coletiva de imprensa.

Impacto da falta de transparência em auditorias

Durante a apresentação de mudanças no Portal da Transparência e do balanço de auditorias realizadas por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), Carvalho revelou que os auditores precisaram visitar mais de 40 municípios para obter dados sobre a aplicação dos recursos.

“Fomos a campo em várias localidades, pois, com a ausência de transparência, esse tipo de trabalho fica mais custoso e mais oneroso para a administração pública. Uma auditoria dessas, se tivesse mais transparência, não precisaria que os auditores fossem a campo”, destacou.

Dados revelam má gestão e atrasos

Entre os resultados das auditorias realizadas pela CGU:

  • Sete de 10 ONGs fiscalizadas, beneficiadas com R$ 482,3 milhões em emendas entre 2020 e 2024, não possuem capacidade técnica para executar os projetos.
  • Recursos das chamadas “emendas Pix” foram usados para eventos como micaretas e festas juninas, além de obras como a reforma de clubes e corridas de carros.
  • Das 256 obras monitoradas, 38,6% sequer foram iniciadas.

A CGU identificou ainda que a falta de transparência nos repasses foi um dos motivos que levaram o ministro Flávio Dino a reforçar o bloqueio dessas transferências na semana passada.

Os resultados das auditorias foram enviados ao STF, que intimou a Câmara, o Senado e outras partes envolvidas a se manifestarem em até dez dias úteis. Após esse prazo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) terá mais dez dias para apresentar sua posição.

Paralelamente, o Congresso concluiu nesta noite a votação do projeto que busca aumentar a rastreabilidade das emendas parlamentares. A aprovação no Senado aconteceu na última semana.

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