Ministra desiste de pedir salário de R$ 61 mil ao governo
Luislinda Valois tinha reclamado que, por causa do teto constitucional, só poderia ficar com R$ 33,7 mil, e havia citado "trabalho escravo"
Júlia Lewgoy
Publicado em 2 de novembro de 2017 às 16h23.
Última atualização em 2 de novembro de 2017 às 16h23.
São Paulo - A assessoria da ministra Luislinda Valois informou nesta quinta-feira (2) que ela desistiu de pedir ao governo o acúmulo do salário integral da atual função com a aposentadoria de desembargadora.
O acúmulo somaria R$ 61 mil, valor que supera o teto do funcionalismo, de R$ 33,7 mil. Entre as justificativas que apresentou no pedido, a ministra disse que trabalhar sem receber contrapartida "se assemelha a trabalho escravo".
"Considerando o documento sobre a situação remuneratória da ministra Luislinda Valois, o Ministério informa que já foi formulado um requerimento de desistência e arquivamento da solicitação", informou nota divulgada pela assessoria do Ministério dos Direitos Humanos.
Em 207 páginas, a ministra tinha contestado a regra do abate-teto, pela qual nenhum servidor pode ganhar mais do que um ministro do Supremo. Seu salário de ministra é abatido em mais de 27 mil reais e o salário de desembargadora, de 30.471,10 reais, é preservado.