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Ministério da Agricultura apura caso de leite adulterado

Ministério identificou a presença de álcool etílico em amostras de leite cru refrigerado usado na produção de leite longa vida


	Ministério da Agricultura apura caso de leite adulterado no Rio Grande do Sul
 (Jean-Pierre Clatot/AFP)

Ministério da Agricultura apura caso de leite adulterado no Rio Grande do Sul (Jean-Pierre Clatot/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 14h01.

Brasília - Após identificar a presença de álcool etílico em amostras de leite cru refrigerado usado por uma empresa gaúcha na produção de leite longa vida (UHT) e de requeijão, fiscais da superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Rio Grande do Sul recomendaram que os lotes irregulares dos produtos sejam recolhidos das prateleiras dos supermercados, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor.

Segundo o ministério, a presença de álcool etílico no leite cru refrigerado pode mascarar a adição irregular de água no produto.

Embora o problema tenha sido constatado na primeira quinzena de julho, a recomendação de recall feita pelo Ministério da Agricultura ainda não foi julgada pelo Ministério da Justiça, a quem compete julgar o processo e determinar que a Cooperativa Agropecuária Petrópolis, fabricante dos produtos Piá, recolha a mercadoria.

Além disso, o fato só se tornou público nesta segunda-feira (4), quando o Ministério da Agricultura divulgou uma nota em seu site.

“A divulgação disso após tantos dias nos causou muita surpresa, pois já adotamos todos os procedimentos recomendados, tendo inclusive recolhido quase todo o lote dos produtos”, declarou à Agência Brasil o gerente de Marketing da cooperativa, Tiago Haugg. Segundo o executivo, análises feitas por laboratórios credenciados no Ministério da Agricultura em amostras dos produtos que estariam irregulares não apontaram quaisquer problemas, mas, mesmo assim, a cooperativa optou por recolher os lotes de leite e requeijão sob suspeita.

“Tratamos do assunto tão logo fomos notificados, no dia 18 de julho. Como sempre, atuamos em conjunto com o ministério. Daí termos estranhado a divulgação tardia desse fato, que, a meu ver, não serviu para alertar os consumidores – já que a maior parte dos produtos já foi recolhida – e não contribuiu em nada”, acrescentou Haugg.

Segundo o Ministério da Agricultura, com a aprovação do recall pelo Ministério da Justiça, a cooperativa teria que recolher, cautelarmente, os lotes de leite integral Piá fabricados em 26/06/2014 e com data de validade até 26/10/2014 (lotes L02/2 e L2-3) e do lote de requeijão light (200g) fabricado em 30/06/2014 e com data de validade até 30/09/2014 (lote L2).

O Ministério da Agricultura chegou a fechar o posto de refrigeração da cooperativa que fica em Vila Flores (RS) entre os dias 15 e 21 de julho. Segundo o ministério, o local só foi liberado após a empresa implementar ações corretivas que restabeleceram as condições de controle.

Além das medidas administrativas já adotadas, na última sexta-feira (1º) o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa-RS) encaminhou ao Ministério Público (MP) Estadual documentos que confirmam a necessidade de investigar as irregularidades com o apoio de outros órgãos. Procurado, o MP informou, por meio de sua assessoria, que a Promotoria do Consumidor vai solicitar à cooperativa e ao Ministério da Agricultura mais informações sobre o caso a fim de verificar se houve ou não fraude.

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