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Milícias controlam 45% das favelas no Rio de Janeiro

Relatório mostra que 45% das favelas se encontram sob domínio de policiais e ex-policiais corruptos que disputam controle de bairros pobres com narcotraficantes


	Policiais do Rio de Janeiro: número de bairros dominado por traficantes reduziu tanto pelo avanço das "milícias" como do programa de "pacificação" do Governo regional
 (Antonio Scorza/AFP)

Policiais do Rio de Janeiro: número de bairros dominado por traficantes reduziu tanto pelo avanço das "milícias" como do programa de "pacificação" do Governo regional (Antonio Scorza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2013 às 16h58.

Rio de Janeiro - As milícias triplicaram as áreas de controle no Rio de Janeiro entre 2005 e 2010, segundo um relatório apresentado nesta quarta-feira pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP).

O relatório mostra que 45% das favelas da cidade se encontram hoje sob o domínio desses grupos integrados por policiais e ex-policiais corruptos que disputam o controle dos bairros pobres com os narcotraficantes.

Além de cobrar taxas de segurança, as milícias controlam negócios como a distribuição de sinal pirata de televisão a cabo, a venda de bujões de gás e o transporte com caminhonetes e mototáxis.

Segundo o estudo da IESP, cerca de 370 favelas, 37% das comunidades pobres do Rio de Janeiro, cidade que em 2016 acolherá os Jogos Olímpicos, permanece sob controle de grupos de narcotraficantes.

O número de bairros dominado por traficantes reduziu tanto pelo avanço das "milícias" como do programa de "pacificação" do Governo regional, que prevê a ocupação de favelas controladas por criminosos e a instalação de postos policiais permanentes conhecidos como Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Segundo o relatório, em apenas seis das favelas que foram submetidas ao processo de pacificação foi eliminado totalmente o tráfico de drogas e em 23 das 174 comunidades que contam com uma UPP, há traficantes de drogas desarmados dedicados à venda destas substâncias.

A violência, acrescenta o estudo, afeta as áreas mais pobres da cidade do Rio de Janeiro, principalmente as favelas, mas chega muito além dos limites dessas comunidades.

Esse fato gera uma segregação urbana que se materializa em uma estrutura social e uma morfologia cidadã que cria espaços de violência. 

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